07/Nov/2022

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 14,00 a US$ 14,80 por bushel, acima da faixa da semana anterior, que foi de US$ 13,50 a US$ 14,10 por bushel, e ainda bem superior à média histórica dos últimos 10 anos, de US$ 11,11 por bushel. No mercado interno, a tendência é preços firmes para a soja em grãos. As cotações futuras estão posicionadas em patamares mais elevados, voltando a superar a casa dos US$ 14 por bushel para todos os contratos com vencimentos em 2023 na Bolsa de Chicago. A forte queda do dólar impede uma reação dos preços internos na mesma proporção do que ocorre com os futuros em Chicago. Na sexta-feira (04/11), o dólar recuou 1,24%, para R$ 5,06, o menor valor de fechamento deste 29 de agosto (R$ 5,03). Com isso, a moeda encerra a primeira semana após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial com baixa acumulada de 4,49%.

As negociações do complexo soja estão lentas no mercado brasileiro, devido aos bloqueios em rodovias na semana passada, ao aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e às incertezas quanto ao escoamento de grãos pelo Mar Negro. Apesar disso, a demanda externa pelo produto brasileiro segue firme. Problemas logísticos nos Estados Unidos, em decorrência do baixo nível do Rio Mississipi, levaram demandantes internacionais ao Brasil. Assim, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil enviou à China 3,230 milhões de toneladas de soja em outubro, volume 25% acima do escoado em setembro e 22,7% superior ao do mesmo período de 2021. A todos os destinos, o Brasil embarcou em outubro 4,060 milhões de toneladas de soja, 23,4% a mais que em outubro/2021. As exportações de farelo de soja também seguem aquecidas, com embarques somando 1,79 milhão de toneladas no último mês, o maior volume para um mês de outubro. Na parcial de 2021, o Brasil escoou quantidade recorde de 17,7 milhões de toneladas de farelo de soja.

Os embarques de óleo de soja totalizaram 200,3 mil toneladas em outubro, o maior volume para o mês desde 2003. Na parcial deste ano, saíram dos portos brasileiros 1,990 milhão de toneladas de óleo de soja. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,5%, cotado a R$ 187,43 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra leve queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 182,69 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações registram recuo de 0,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Essa queda se deve à desvalorização do dólar frente ao Real. Para os derivados, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta forte avanço de 8% nos últimos sete dias, a R$ 7.840,25 por tonelada, devido à demanda aquecida. Quanto ao farelo, há leve baixa de 0,6% no mesmo comparativo.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2022 da soja tem valorização de 3,2% nos últimos sete dias, favorecido sobretudo pela valorização do dólar. O contrato Dezembro/2022 do óleo registra avanço expressivo de 4,1%, no mesmo comparativo, a US$ 1.659,84 por tonelada. O contrato Dezembro/2022 do farelo de soja apresenta queda de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 456,68 por tonelada. As comercializações da safra 2022/2023 estão lentas em relação ao verificado no mesmo período de anos anteriores, mas começaram a se aquecer nesses últimos dias, especialmente para embarques no primeiro trimestre de 2023. A paridade de exportação indica preços da soja a R$ 177,27 por saca de 60 Kg para embarque em fevereiro/2023; de R$ 173,80 por saca de 60 Kg para março/2023; de R$ 174,72 por saca de 60 Kg para abril/2023; de R$ 175,66 por saca de 60 Kg para maio/2023; de R$ 180,08 por saca de 60 Kg para junho/2023 e de R$ 181,00 por saca de 60 Kg para julho/2023 (para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3 no dia 3 de novembro).

As indústrias estão sendo estimuladas a elevar as aquisições do grão pelo aumento no crush margin. Considerando-se os preços FOB da soja, do farelo e do óleo de soja, a margem das indústrias tem crescimento de 15% para o contrato março/2023, 16,8% para abril/2023 e 23,6% para o maio/2023. No campo, as atividades se intensificam. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 47,6% da área destinada à soja foi semeada no Brasil até o dia 29 de outubro, abaixo dos 53,5% em igual período da temporada anterior. Dentre os Estados, 87,6% da área foi semeada em Mato Grosso; 73%, em Mato Grosso do Sul; 46%, no Paraná; 41%, em Goiás; 65%, em São Paulo; 21,3%, em Santa Catarina; 27,5%, em Minas Gerais; 10%, na Bahia; 20%, em Tocantins; 3%, no Maranhão e 1% no Piauí. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 88% da área de soja norte-americana havia sido colhida até o dia 30 de outubro, acima dos 78% no mesmo período do ano passado e da média dos últimos cinco anos. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.