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31/Out/2022

Tendência é de alta nos preços domésticos da soja

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 13,50 a US$ 14,10 por bushel, muito próximo da faixa da semana anterior, que foi de US$ 13,60 a US$ 14,20 por bushel, e ainda bem acima da média histórica dos últimos 10 anos de US$ 11,11 por bushel. No mercado interno, a tendência é de alta para os preços, puxados, principalmente, pela forte alta do dólar na última semana, demanda interna aquecida por farelo e por óleo de soja e forte ritmo de exportações em outubro. O preço do óleo de soja voltou a subir no mercado brasileiro, impulsionado pelo reaquecimento da demanda doméstica, sobretudo para produção de biodiesel. Além disso, a demanda externa também está aquecida. Vale lembrar que as exportações do óleo na parcial deste ano são recordes. Esse cenário elevou a disputa pelo derivado nacional e dificultou as aquisições das indústrias alimentícias. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra forte avanço de 8% nos últimos sete dias, a R$ 7.674,51 por tonelada.

Quanto ao farelo de soja, a demanda segue elevada no Brasil, com consumidores intensificando os volumes adquiridos. A procura externa também continua aquecida, e a expectativa das indústrias brasileiras é de crescimento da procura pelo derivado nos próximos meses. Na parcial deste ano, o Brasil já embarcou volume recorde de farelo. O farelo de soja tem valorização de 1% nos últimos sete dias. Com o aumento dos preços dos derivados, o crush margin cresceu 22,5% nos últimos sete dias, quando comparado aos valores do grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, calculado em R$ 552,56 por tonelada. A alta nos preços domésticos foi influenciada pela valorização externa. No caso do óleo de soja, o aumento se deve ao fortalecimento do petróleo em grande parte da semana passada. Esse cenário incentiva as refinarias a misturar biodiesel ao óleo diesel, e o óleo de soja é a principal matéria-prima na fabricação do biodiesel.

Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2022 do óleo de soja apresenta avanço de 2,7% nos últimos sete dias, a US$ 1.593,93 por tonelada. O contrato de mesmo embarque do farelo de soja tem alta de 0,5% no mesmo período, a US$ 457,90 por tonelada. Diante da maior demanda pelos derivados da oleaginosa, a disputa entre os consumidores domésticos e os importadores pela soja em grão nacional está mais acirrada. Esse cenário faz com que os Indicadores ESALQ/BM&F Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná registrem a menor diferença desde maio deste ano. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,1%, cotado a R$ 186,43 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,4% nos últimos sete dias, a R$ 183,18 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações apresentam avanço de 1,3% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociações entre empresas). As elevações domésticas se devem também à valorização do dólar frente ao Real, que deixa os produtos brasileiros mais atrativos aos importadores. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o dia 21 de outubro, o Brasil já havia embarcado 3,250 milhões de toneladas de soja. A média diária de escoamento neste mês está 13,6% superior à de setembro/2022 e 41% acima da de outubro/2021. Apesar desse cenário, muitos produtores domésticos estão cautelosos nas negociações, diante do cenário eleitoral e da possível volatilidade cambial. No campo, as recentes chuvas impediram o avanço da semeadura de soja em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso, as precipitações ainda são irregulares. Na região MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os produtores estão aguardando por maior umidade do solo para avançar com a semeadura da oleaginosa.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 34,1% da área destinada à soja foi semeada no Brasil até o dia 22 de outubro, abaixo dos 36,8% em igual período da temporada anterior. Dentre os Estados, 63,9% da área foi semeada em Mato Grosso; 49%, em Mato Grosso do Sul; 33%, no Paraná; 37%, em Goiás; 60%, em São Paulo; 16,7%, em Santa Catarina; 20,8%, em Minas Gerais; e 6% na Bahia. Nos Estados Unidos, o maior índice pluviométrico limitou o avanço da colheita na semana passada. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 80% da área de soja havia sido colhida até o dia 23 de outubro, acima dos 71% no mesmo período do ano passado e dos 67% na média dos últimos cinco anos. As recentes precipitações melhoraram o nível do Rio Mississippi, mas ainda são necessárias mais chuvas para que o transporte de grãos seja normalizado. Vale lembrar que, nas últimas semanas, houve atraso nos embarques de soja dos Estados Unidos, devido ao baixo nível do Rio Mississippi. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.