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31/Out/2022

Novo Zarc para soja a partir da safra 2023/2024

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) está mais completo, pois passou a contar com seis tipos diferentes de classes de água disponível no solo. Antes, eram três divisões que levavam em consideração apenas a concentração de argila na composição. Na nova forma de identificar os tipos de terra, há uma fórmula que envolve a proporção percentual entre argila, silte e areia, correlacionados com a quantidade de água que pode ser armazenada no solo, o chamado índice de Água Disponível (AD). Na prática, a partir de agora, o produtor terá que baixar um aplicativo e/ou uma planilha para identificar a classe do seu solo pelas novas regras. A primeira cultura a adotar os novos parâmetros será a soja na safra 2023/2024. As regras da nova classificação estão na Instrução Normativa (IN) 1/2022, da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em vigor desde 1º de julho.

A norma antiga (IN SPA/Mapa 2/2021), que estabelece os tipos de solo com base na concentração de argila, permanece vigente. Isso ocorre porque todas as portarias de Zarc utilizam a metodologia atual, válidas até que uma nova seja publicada, o que acontece sempre antes do início da safra, quando houver. Diante da mudança, o produtor precisa saber, para ficar em dia com suas obrigações, que o novo método de classes de AD1 a AD6 considera as três frações de solo (argila, silte e areia). A nova fórmula que classifica os solos é mais complexa, contemplando melhor as interações que resultam na capacidade de armazenamento de água nos diferentes solos que temos. Esse é um dos parâmetros principais para se determinar o período recomendado de plantio para cada cultura na metodologia do Zarc. O Zarc define o melhor momento para se cultivar no Brasil, pois indica a probabilidade de perdas na produção para determinada cultura e por município, sinalizando os períodos de semeadura com menor risco climático.

Esse zoneamento é obtido a partir de um amplo banco de dados oficiais, sistematizado pela Embrapa, que envolvem séries climatológicas históricas, tipos de solo, comportamento e exigências da espécie plantada, tipos de cultivares e sistemas de produção. Com base nisso, as classificações de riscos são de 20%, 30% e 40% (estes estratos seguem inalterados). Atender ao Zarc é requisito obrigatório para concessão de financiamentos agropecuários por instituições financeiras, no âmbito do crédito rural e acesso ao Proagro e Proago Mais. Além disso, plantar dentro dos períodos do Zarc também é obrigatório para quem acessa a subvenção federal na contratação de seguros agrícolas, sendo que as seguradoras podem, inclusive, ser mais restritivas nos períodos ou nos tipos de solos aceitos para contratação. O produtor precisa ter uma análise granulométrica do solo que seja representativa da área de plantio.

Na prática não existe mudança, pois para classificar o solo no formato anterior (três tipos de solo) também é necessário conhecer os teores de areia, silte e, principalmente, argila. Dessa forma, as análises já existentes são válidas para classificação dos solos nos dois formatos utilizados pelo Zarc. Cabe destacar que no aplicativo “Zarc Plantio Certo” (disponível para Android e iOS) é possível inserir os teores de areia, silte e argila para classificação dos solos em seis classes de AD e no site do Mapa foi disponibilizada uma calculadora para facilitar a classificação. Os estudos de Zarc são atualizados por cultura em nível nacional. É natural que algumas culturas tenham entre três e cinco anos para serem atualizadas com as novas metodologias.

Dessa forma, os estudos de Zarc realizados no formato de três tipos de solos continuam válidos até que um novo estudo seja realizado para cultura. A primeira cultura que passará a ter novo formato, já válido para safra 2023/2024, será a soja, cujos resultados (portarias de Zarc) serão divulgadas em dezembro de 2022. A antecipação da divulgação dos resultados (que já foram validados com os agentes interessados) visa dar maior previsibilidade para adaptação ao novo formato. O principal benefício é a melhor indicação do risco ao qual o produtor está exposto. Também ocorre uma maior abrangência dos solos brasileiros (mais de 90%), pois na classificação anterior não considerava solos com teores menores que 10% de argila, e com mais de 35% de argila eram enquadrados em apenas uma classe. Fonte: Canal Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.