24/Out/2022

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 13,60 a US$ 14,20 por bushel, muito próximo da faixa da semana anterior, que foi de US$ 13,55 a US$ 14,10 por bushel, e ainda bem acima da média histórica dos últimos 10 anos de US$ 11,11 por bushel. No mercado interno, a pressão é baixista sobre os preços, com a queda do dólar e dos prêmios nos portos brasileiros, demanda enfraquecida e clima favorável à implantação da safra 2022/2023 no Brasil. A liquidez no mercado interno de soja está lenta, com preços em baixa. Os produtores estão com as atenções voltadas à semeadura da temporada 2022/2023 e evitam negociar o excedente da safra 2021/2022. Além disso, a desvalorização do dólar e a queda dos prêmios de exportação também desestimulam os negócios. Alguns agentes, ainda, preferem aguardar para negociar volumes mais significativos após as eleições presidenciais no Brasil.

Para as próximas semanas, mesmo diante da entrada da safra norte-americana, agentes brasileiros têm expectativas de reaquecimento das vendas de soja em grão para a China, fundamentados na baixa margem de esmagamento do país asiático e na maior necessidade de farelo para o setor de proteína animal. Ressalta-se, por outro lado, que traders indicam que as negociações para embarques nos próximos dois meses estão praticamente finalizadas. Nos últimos 30 dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,9%, cotado a R$ 183,34 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,2% nos últimos 30 dias, para R$ 179,80 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações apresentam recuo de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

Quanto ao óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), os preços registram queda de 0,4% nos últimos sete dias, com o preço indo para R$ 7.108,97 por tonelada. Os valores do farelo de soja seguem em alta, impulsionados pelas firmes demandas doméstica e externa. O farelo de soja tem valorização de 0,8% nos últimos sete dias. As chuvas em setembro geraram otimismo entre os produtores nacionais, mas, agora, o excesso de umidade nas Regiões Sul e Sudoeste do Brasil vem limitando e até mesmo interrompendo os trabalhos de campo. Em algumas áreas do sudeste do Paraná, tem sido necessário o replantio. De acordo com a Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), as precipitações devem diminuir nos próximos dias em praticamente toda a Região Sul do Brasil, com possibilidade de chuvas a partir do dia 27 de outubro. Em Minas Gerais, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, as chuvas devem ser esparsas nos próximos dias, o que pode beneficiar os trabalhos de campo.

Em Mato Grosso e Goiás, há previsão de altos índices pluviométricos, o que pode interromper a semeadura da oleaginosa. Na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia), a baixa umidade do solo impediu o avanço da semeadura da safra 2022/2023. Os produtores iniciaram os trabalhos apenas em áreas irrigadas, mas os demais devem começar as atividades nas próximas semanas, visto que há previsão de chuvas para toda a região. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 21,5% da área destinada à soja foi semeada no Brasil até o dia 15 de outubro, abaixo dos 23,7% em igual período da temporada anterior. Dentre os Estados, 41,9% da área foi semeada em Mato Grosso; 27%, em Mato Grosso do Sul; 26%, no Paraná; 22%, em Goiás; 20%, em São Paulo; 16,7%, em Santa Catarina; 10,4%, em Minas Gerais; e 2,1% na Bahia. Com o clima favorável, a colheita da soja nos Estados Unidos avançou.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 63% da área de soja havia sido colhida até o dia 16 de outubro, acima dos 58% no mesmo período do ano passado e dos 52% na média dos últimos cinco anos. Vale ressaltar que, até a semana anterior, os trabalhos de campo registravam atrasos em relação aos anos anteriores. Os embarques norte-americanos cresceram 92,7% entre as duas últimas semanas, de acordo com o relatório de inspeção e exportação do USDA. Os embarques só não foram mais significativos devido à dificuldade logística nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Outubro/2022 do farelo de soja apresenta avanço de 0,6% nos últimos sete dias, indo para US$ 455,58 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo registra avanço de expressivos 6,0% no mesmo comparativo, a US$ 1.552,48 por tonelada. Essa alta está atrelada à maior demanda para o setor industrial. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.