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09/Set/2022

Soja: EUA perde a competitividade frente ao Brasil

Os produtores de soja norte-americanos, que enfrentam gargalos logísticos e um dólar em alta, perdem sua vantagem competitiva para seu maior rival no mercado global: o Brasil. Por muitos anos até 2020, era cerca de duas vezes mais caro para a China, o principal importador, trazer soja do Brasil em vez dos Estados Unidos. Mas, o dólar forte e problemas nas cadeias de suprimentos norte-americanas, por um lado, e melhoras na infraestrutura de abastecimento brasileira, por outro, praticamente eliminaram essa diferença, mostram dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Agora, custa aproximadamente o mesmo para um comprador chinês transportar 1 tonelada de soja de Mato Grosso (BR) ou de Iowa (EUA), apesar do aumento nos preços de combustíveis este ano.

Enquanto os Estados Unidos, que disputam com o Brasil a posição de maior produtor mundial de soja, correm para remediar os gargalos de transporte da era da pandemia e iniciam um plano de bilhões de dólares para atualizar a infraestrutura do país, o Brasil já começa a colher os frutos de mais de R$ 290 bilhões que o governo federal investiu em estradas e portos desde 2008. Os Estados Unidos perderam cerca de US$ 10 bilhões em exportações agrícolas por causa dos problemas logísticos da pandemia, de acordo com um estudo da Universidade da Califórnia e da Universidade de Connecticut.

No Brasil, a reforma do Arco Norte de portos ao longo do Rio Amazonas e do litoral da Região Nordeste reduziu em dois dias e 1.600 quilômetros a viagem dos carregamentos de safra da Região Centro-Oeste até os navios, para cerca de metade do que era antes. Na última década, as exportações de milho e soja pelo Arco Norte aumentaram quase seis vezes, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No Porto de Santos, o mais movimentado do País, as autoridades estão investindo para aumentar a capacidade total em cerca de metade para 240 milhões de toneladas anualmente em 2040, enquanto a quantidade total de carga movimentada por trem quase dobrará para 86 milhões de toneladas por ano. Para o Brasil continuar competitivo, será necessário que a infraestrutura cresça mais do que a produção nos próximos anos. Fonte: Exame. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.