01/Set/2022
No mercado interno de soja, os preços subiram entre R$ 2,50 e R$ 3,00 por saca de 60 Kg, puxados pela reação do dólar no Brasil. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quarta-feira (31/08). Preocupações com a perspectiva de demanda mundial exerceram alguma pressão sobre as cotações. Uma taxa de inflação recorde na União Europeia em agosto, de 9,1%, juntamente com o PMI chinês mensal em 49,4, indica o potencial de enfraquecimento da demanda futura. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial chinês subiu de 49 a 49,4 entre julho e agosto, mas o nível ainda indica contração da atividade. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no entanto, anunciou uma venda avulsa de 167 mil toneladas de soja para a China, com entrega prevista para o ano comercial 2022/2023. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 10,00 cents (0,70%), e fechou a US$ 14,22 por bushel. Também pesou sobre os contratos o fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras.
O dólar emendou o segundo pregão de alta firme nesta quarta-feira (31/08) e fechou em R$ 5,20, em sessão marcada pela disputa em torno da formação da última taxa Ptax de agosto, que vai servir para liquidação de contratos derivativos, e pela rolagem de posições no mercado futuro. Os "comprados" (que ganham com a alta do dólar) se beneficiaram do mau humor externo, com tombo das commodities, como minério de ferro e petróleo, e nova rodada de perdas de divisas emergentes, em meio à perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos e na Europa. Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar superou a barreira de R$ 5,20 e tocou R$ 5,21, diante da piora do Ibovespa e das Bolsas em Nova York. No fim da sessão, o dólar fechou a R$ 5,20, avanço de 1,73%. Depois de esboçar romper o piso de R$ 5,00 na segunda-feira (29/08), quando fechou a R$ 5,03, o dólar subiu com força na terça-feira (30/08) e nesta quarta-feira (31/08), passando a acumular ganho de 2,43% na semana. Com isso, encerrou agosto em leve alta, de 0,53%. No acumulado do ano, a divisa acumula perdas de 6,71%.
Em Mato Grosso, na região de Sorriso, os compradores indicam R$ 155,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em setembro e pagamento no dia 27 de setembro. Os produtores buscam valores mais altos. A comercialização antecipada da soja 2022/2023 ocorre lentamente. As tradings indicam R$ 145,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em abril e pagamento no fim de abril de 2023. Os compradores do mercado interno indicam R$ 140,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em fevereiro do ano que vem e pagamento em 30 de abril. No Paraná, na região de Ponta Grossa, as fábricas indicam R$ 182,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento em 15 de setembro. Para exportação, no Porto de Paranaguá, a indicação de compra é de R$ 190,00 por saca de 60 Kg, para entrega em setembro e pagamento no começo de outubro. Para exportação, mas com retirada nos Campos Gerais, a indicação é de R$ 185,00 por saca de 60 Kg. Para a safra 2022/2023, os compradores indicam R$ 163,00 por saca de 60 Kg na região de Ponta Grossa e R$ 170,00 por saca de 60 Kg no Porto de Paranaguá, para entrega em março e abril e pagamento em maio.