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29/Ago/2022

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

A tendência é de alta para os preços da soja no mercado interno, com prêmios subindo nos portos, escassez de oferta nesta entressafra e vendedores retraídos. Em Chicago, os contratos para 2023 subiram para uma faixa entre oscilam entre US$ 13,80 e US$ 14,60 por bushel, ante o intervalo entre US$ 13,40 e US$ 14,20 por bushel na semana anterior. A alta externa, o prêmio de exportação elevado e a retração de produtores em comercializar o remanescente da safra 2021/2022 no Brasil fizeram com que os preços da soja reagissem. Além disso, a maior demanda internacional, sobretudo, da China, está aquecendo a disputa pela soja com agentes nacionais. Representantes das indústrias locais também adquirem maiores volumes da matéria-prima, já de olho na possível maior demanda externa por farelo de soja. Com isso, com base no Porto de Paranaguá (PR), os contratos com embarques entre setembro/2022 e outubro/2022 têm prêmio de exportação a +US$ 2,60 por bushel, o maior patamar desde 2014, quando considerados os mesmos embarques de anos anteriores.

Assim, no spot nacional, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 2,8%, cotado a R$ 189,48 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ também registra avanço de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 184,20 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços apresentam avanço de 2,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Com a valorização da matéria-prima e expectativas de maior demanda externa, os preços do farelo de soja também estão em alta no mercado brasileiro. O calor intenso na Ásia e na Europa tem gerado especulações de maior demanda deste derivado para alimentação animal. E, com a crise econômica na Argentina, principal exportadora global de derivados de soja, os Estados Unidos e o Brasil podem ganhar maior espaço nas transações deste subproduto.

Com isso, os preços do farelo de soja apresentam valorização de 1,5% nos últimos sete dias. Os consumidores das regiões de Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo já começam a sinalizar dificuldades nas aquisições do derivado. Já o preço do óleo de soja segue em queda no Brasil, pressionado pela menor demanda por óleo de soja para a produção de biodiesel. Atualmente, a mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel fóssil é de 10%. A baixa nos preços é limitada pela firme demanda externa pelo derivado brasileiro. O valor do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), registra leve queda de 0,5% nos últimos sete dias, indo para R$ 7.766,44 por tonelada. Diante da maior valorização da matéria-prima em detrimento dos derivados, quando analisados os valores do complexo soja na região de São Paulo, o “crush margin” das indústrias tem recuo de 3,63% nos últimos sete dias, indo para R$ 464,68 por tonelada. As altas externas estão atreladas a preocupações com o clima sobre a safra de soja 2022/2023 no Hemisfério Norte.

Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 13% das lavouras norte-americanas de soja apresentam condições ruins ou muito ruins, 1% acima do registrado na semana anterior; 30% estão em condições medianas e 57%, entre boas e excelentes, 1% abaixo do apontado no relatório passado. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2022 do óleo de soja tem significativa alta de 4,3% no período, para US$ 1.523,16 por tonelada. O contrato Setembro/2022 do farelo de soja apresenta valorização de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 504,85 por tonelada. A desvalorização do dólar no mercado internacional, que torna as commodities norte-americanas mais atrativas aos importadores, também impulsiona as cotações externas. Segundo o relatório de inspeção e exportação do USDA, embora os embarques de soja tenham diminuído 10,6% entre as duas últimas semanas, houve significativo aumento se comparado ao mesmo período do ano passado. Saíram dos portos norte-americanos três vezes mais que o volume embarcado há um ano. Fonte: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.