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02/Ago/2022

Farelo de Soja: ajustes para exportações à China

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) afirmou que há várias questões a serem adequadas pela indústria e esclarecidas pelo Ministério da Agricultura para o Brasil iniciar a exportação de farelo de soja à China. É preciso ver quais serão os procedimentos. Pode ser que definam procedimentos muito complicados. Entre essas questões a serem esclarecidas, a entidade citou a habilitação das plantas brasileiras, a obrigatoriedade ou não de que apenas plantas que somente processem soja brasileira realizem os embarques, a sincronia dos eventos transgênicos e o controle da salmonela. A China é muito preocupada com a salmonela. Não é comum salmonela em farelo, mas pode ocorrer. Terá de ser feito controle pelas empresas até o embarque em nível ainda superior ao já feito. Esta é uma das questões a serem adequadas.

Os procedimentos de embarques de derivado brasileiro para a Europa já seguem procedimentos rigorosos de controle da salmonela. A oficialização da abertura do mercado chinês para o produto brasileiro ocorreu na semana passada. A Abiove não acredita em exportação do produto para a China ainda neste ano, mesmo que as habilitações das plantas brasileiras ocorram até dezembro. O motivo é a entressafra nacional. O que vai fazer a China comprar soja ou farelo será o preço. Quando a soja tiver com preços maiores, a China tende importar mais farelo. Neste momento, as esmagadoras chinesas voltaram a operar com margens de rentabilidade após a queda do preço da soja. Será uma questão de mercado, avaliada dia a dia. Dependendo da situação de mercado, a China irá pedir navios e o Brasil, com empresas habilitadas, vai exportar. As quantidades exportadas vão depender do mercado.

Após a assinatura da abertura ainda não houve interesse dos chineses pelo produto brasileiro. Já o ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse que acredita que o Brasil pode exportar farelo de soja à China ainda neste ano. Segundo ele, o início dos embarques dependerá das habilitações das plantas brasileiras pela equipe de defesa agropecuária, o que deve levar de um a dois meses. Sobre a habilitação da indústria, o cronograma de visitas dos técnicos do governo ainda não foi passado pelo governo aos players locais. O Ministério irá visitar as plantas e, se estiverem seguindo todos os requisitos, a pasta vai habilitar e enviar para os chineses quais SIFs estão aprovados. A expectativa da Abiove é que um cronograma dos próximos passos seja passado à indústria na próxima sexta-feira (05/08) em reunião da indústria com representantes do Ministério da Agricultura.

Segundo a Abiove, a exportação de farelo de soja à China não irá diminuir a oferta do derivado pela indústria aos consumidores domésticos, como a indústria de alimentação animal. As indústrias irão aumentar o processamento de farelo, e não utilizar o farelo que vai para o mercado interno. Hoje, a indústria processa 48 milhões de toneladas por ano e tem capacidade para processamento de 55 milhões de toneladas por ano. Com biodiesel crescendo um pouco, logo será usado esse excedente. Processamento de 55 milhões de toneladas representa 4 milhões de toneladas a mais de farelo, o que daria produção de 36 milhões de tonelada de farelo, ou mais de 10% de aumento. Se o biodiesel virar mandato B15 (obrigatoriedade de mistura de 15% de biodiesel no diesel) no ano que vem, a indústria terá que processar quase todo esse volume. Uma definição sobre o mandato do biodiesel deve vir somente após a eleição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.