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26/Mai/2022

Grãos: rentabilidade positiva na safra 2022/2023

Segundo o Rabobank, mesmo com preços elevados dos fertilizantes e da maior participação destes no custo operacional da safra brasileira de soja e milho 2022/2023, a rentabilidade destas commodities deve seguir positiva no próximo ciclo. A combinação das margens de ambos os produtos leva a um resultado muito bom de 55% sobre os custos operacionais. Trata-se de uma redução em relação à safra 2021/2022, quando a margem agregada da produção ficou em torno de 61%. Ainda assim, isso representa um crescimento sólido da média de 37% nos últimos cinco anos. A avaliação projeta margens em relação aos custos operacionais para o ciclo de uma safra de soja seguida por uma 2ª safra de milho. São considerados como custos operacionais despesas com insumos, defensivos, sementes, arrendamento, despesas financeiras, entre outros. Ressalta-se que essa margem projetada não é garantida, porque ainda há muito tempo até o plantio de soja, a partir de setembro, e de milho 2ª safra de 2023, a partir de janeiro e fevereiro de 2023, em meio à turbulência nos mercados globais de fertilizantes e grãos.

O aumento dos preços internacionais dos fertilizantes, especialmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia, eleva os custos para a próxima safra, com impacto na margem de rentabilidade dos produtores de soja e milho. Impulsionado pela alta mundial do preço dos fertilizantes, as despesas com adubos para a safra de soja 2022/2023, plantada a partir de setembro, serão 86% maiores em relação à 2021/2022. Nas lavouras de milho, as despesas com fertilizantes devem crescer 93% da safra 2021/22 para o ciclo 2022/2023. Em contrapartida, os preços da soja e milho também subiram significativamente, com margens batendo recordes desde o início da pandemia de Covid-19, impulsionadas pela valorização do dólar ante o Real e, mais recentemente, pela quebra na safra da América do Sul. Olhando para 2023, a ameaça de escassez de insumos agrícolas pode limitar não apenas o aumento da área plantada, mas também a produtividade e, por sua vez, a oferta de soja no Brasil, fator que pode sustentar ainda mais os níveis de preços atuais e futuros.

Os fertilizantes têm peso considerável do custo operacional de produção dos grãos, respondendo por uma fatia em média de 37% no custo de produção da soja e de 30% no custo total de produção do milho, com base nos últimos cinco anos. Eles são o maior item na lista de custos operacionais. Agora, com o atual aumento do custo dos fertilizantes, a projeção é de que os fertilizantes devem saltar para 53% dos custos operacionais no caso da soja e 41% no milho. Desde o início do conflito no Leste Europeu, quando os preços dos adubos dispararam, os valores pagos pelos adubos importados aumentaram expressivamente. O preço da ureia aumentou 80% para US$ 920,00 por tonelada CRF porto Brasil, enquanto o valor pago pelo fosfato monoamônico (MAP) avançou 50% para cerca de US$ 1.300,00 por tonelada CFR porto e a cotação do cloreto de potássio (Kcl) subiu 47% para US$ 1.200,00 por tonelada posta em porto brasileiro. O Brasil depende majoritariamente do mercado externo no fornecimento de fertilizantes, importando cerca de 90% do consumido anualmente. Do total importado, cerca de 22% advêm da Rússia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.