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09/Mai/2022

Tendência de preços sustentados da soja no Brasil

No mercado global, a tendência é de cotações futuras sustentadas em patamares elevados. Porém, a menor demanda externa, sobretudo da China, e a evolução na colheita na América do Sul estão pressionando os valores internacionais e domésticos da soja. Além disso, o baixo volume negociado de oleaginosa da safra 2021/2022 do Brasil e a falta de espaço nos armazéns em grandes regiões produtoras do País vêm gerando expectativas de maior oferta no curto prazo. A projeção de forte expansão (+4,4%) na área plantada nos EUA em 2022/2023 é baixista para os preços futuros no longo prazo, mas a safra dependerá de condições climáticas favoráveis. O preço do petróleo em níveis elevados estimula a produção de biodiesel nos EUA (à base de óleo de soja) e a redução de oferta de óleo de girassol por parte da Ucrânia impulsiona o preço do óleo de soja.

Em Chicago, os futuros com vencimentos em 2022 oscilam em um intervalo entre US$ 14,70 e US$ 16,60 por bushel e para 2023 de US$ 14,00 a US$ 14,70 por bushel. Com o dólar voltando a subir, os preços da soja ao produtor subiram em média 5,2% nos últimos 15 dias. O dólar voltou a subir e emendou o segundo dia de alta firme no mercado doméstico na sessão de sexta-feira (06/05), superando a barreira de R$ 5,10 nos momentos de maior pressão, e encerrou a primeira semana de maio com valorização de 2,68%, vindo de uma escalada de 3,81% em abril. No fim da sessão, o dólar fechou cotado a R$ 5,07, em alta de 1,17%. Sobre as vendas externas, em abril, foram 11,570 milhões de toneladas escoadas pelo Brasil, 5,5% a menos que em março e 28,2% inferior ao volume de abril/2021. No Brasil, a comercialização desta safra soma 60% da produção nacional, contra 80% comercializados no mesmo período das duas últimas temporadas.

93,9% da área cultivada com soja no Brasil havia sido colhida até o dia 30 de abril, abaixo dos 95,6% em igual período da temporada passada. Dentre os Estados, 98% da área do Paraná havia sido colhida, 98% do Piauí, 82% do Maranhão, 96% de Santa Catarina, 99% da Bahia e 68% do Rio Grande do Sul. Vale ressaltar que as recentes chuvas interromperam a colheita de soja no Rio Grande do Sul, Estado que deve registrar quebra na produção, devido ao clima irregular. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o clima favoreceu os trabalhos de campo na Argentina. A colheita da safra 2021/2022 alcançou 54,7% até o dia 4 de maio. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,7%, cotado a R$ 193,91 por saca de 60 Kg.

A oferta de farelo de soja segue superior à demanda, resultando em baixas nos preços deste derivado. Grande parte dos suinocultores e avicultores já realizou contratos de farelo de soja para recebimento de médio e longo prazo e, agora, não está ativa nas aquisições envolvendo grandes quantidades no spot. Os valores do farelo de soja apresentam queda de 2,1% nos últimos sete dias. Os preços de óleo de soja estão sustentados pela baixa oferta e pela firme demanda, sobretudo externa. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta valorização de 0,3% nos últimos sete dias, negociado a R$ 10.253,68 por tonelada. Vale ressaltar que as esmagadoras já têm elevado os valores ofertados, dificultando as aquisições das indústrias alimentícias. Diante da menor procura e da valorização do dólar no mercado internacional, os contratos futuros de soja, farelo e óleo de soja estão recuando.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2022 do farelo de soja registra recuo de 3,0% em sete dias, a US$ 470,57 por tonelada. O contrato Maio/2022 do óleo de soja apresenta queda de 4,5%, a US$ 1.906,98 por tonelada. O clima beneficiou a semeadura da soja norte-americana da safra 2022/2023. Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, 8% da área destinada à soja foi semeada até o dia 1º de maio, inferior aos 22% cultivados em igual período do ano passado e aos 13%, na média dos últimos cinco anos. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.