27/Abr/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa nesta terça-feira (26/04). O mercado foi pressionado em parte pelo fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja e deve embarcar 12,097 milhões de toneladas em abril, de acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Na semana passada, a Anec projetava um volume menor, de 11,980 milhões de toneladas.

Também há temores de que os atrasos no plantio de milho nos Estados Unidos façam com que uma área maior do grão migre para a soja. O vencimento julho da oleaginosa recuou 3,50 cents (0,21%), e fechou a US$ 16,71 por bushel. O desempenho do óleo de soja, que subiu quase 3%, impediu uma queda mais acentuada dos preços. O derivado acompanhou o avanço do petróleo, que faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível.

Sinais de demanda chinesa pelo grão norte-americano também limitaram as perdas. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores do país relataram vendas de 265 mil toneladas de soja, sendo 132 mil toneladas para a China e 133 mil toneladas para destinos não revelados. Do volume total, 78 mil toneladas são para entrega no ano comercial 2021/2022 e 187 mil toneladas, para 2022/2023. O USDA informou que o plantio de soja nos Estados Unidos estava 3% concluído até o dia 24 de abril, ante 7% um ano antes e 5% na média dos cinco anos anteriores.