ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Abr/2022

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é de preços mais firmes para a soja no mercado brasileiro, com as cotações futuras em Chicago sustentadas em patamares elevados, da quebra da safra brasileira que deve antecipar a entressafra no País e alta do dólar no Brasil, que voltou para o patamar de R$ 4,80, após registrar perdas acentuadas ao longo de abril. Na Bolsa de Chicago, as cotações futuras para o 1º semestre de 2022 oscilam entre US$ 16,80 e US$ 17,00 por bushel e para o 2º semestre de 2022, entre US$ 15,00 e US$ 16,30 por bushel. Na última semana, o vencimento Maio/2022 atingiu US$ 17,48 por bushel, a maior cotação nominal desde 4 de setembro de 2012. Os preços do óleo de soja seguem em alta no Brasil e nos Estados Unidos, refletindo a demanda mundial aquecida. E, mesmo com a finalização da greve de caminhoneiros na Argentina, o país vizinho deve produzir menor volume de derivados nesta temporada, devido à redução da disponibilidade de matéria-prima. Além disso, a maior taxa de exportação do complexo soja da Argentina e a menor oferta global de óleos de palma e de girassol têm influenciado o aumento na procura por óleo de soja dos Estados Unidos e do Brasil.

Esse cenário tem elevado os preços domésticos e internacionais da soja em grão. Na Bolsa de Chicago, o contrato de embarque Maio/2022 do óleo de soja registra valorização de significativos 4,3% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.796,75 por tonelada, o maior valor desde 11 de março deste ano e o segundo maior da série histórica da Bolsa de Chicago. Mesmo com o aumento no preço externo, o prêmio de exportação de óleo de soja voltou a subir no mercado brasileiro. Vale ressaltar que, devido à dificuldade nas aquisições deste subproduto, os consumidores nacionais têm comprado lotes com preços acima da paridade de exportação. Com base no Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação do óleo de soja indica preços a R$ 8.816,92 por tonelada para embarque em Maio/2022, sem impostos. No mercado spot, o preço médio do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) é de R$ 9.222,28 por tonelada, alta de 1,6% nos últimos sete dias.

Diante da expectativa de menor oferta na Argentina, os contratos futuros de farelo de soja também estão avançando nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2022 tem valorização de 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 516,87 por tonelada. No Brasil, os preços do derivado se mantêm praticamente estáveis, uma vez que grande parte dos consumidores está recebendo lotes de contratos a termo e não mostra necessidade em adquirir volumes significativos no curto prazo. Nos últimos sete dias, as cotações do farelo de soja apresentam leve recuo de 0,3%. Refletindo a maior demanda por derivados, o preço da soja em grãos também está em alta. Segundo o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, os embarques de soja dos Estados Unidos cresceram 18,8% entre as duas últimas semanas. O país exportou, nesta última semana, mais de quatro vezes o volume verificado no mesmo período de 2021. Vale ressaltar, entretanto, que na parcial do ano-safra (de setembro/2021 a 14 de abril/2022) 45,9 milhões de toneladas de soja em grão saíram dos portos dos Estados Unidos, 16,7% inferior ao volume embarcado no mesmo período da temporada passada.

A queda do dólar no mercado internacional também dá suporte aos preços externos. A queda cambial, por outro lado, limita a alta nos preços brasileiros. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 3,6%, cotado a R$ 192,577 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 3,3% nos últimos sete dias, a R$ 186,62 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações apresentam alta de 2,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As indústrias brasileiras estão mais ativas nas aquisições do grão, cenário que elevou a liquidez no mercado doméstico. No entanto, uma parte dos produtores está retraída nas negociações, mostrando interesse em armazenar o grão em detrimento de vender no mercado spot.

No campo, a colheita de soja segue para a reta final no Brasil, com as atividades já concluídas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Na Região Sul, o menor índice pluviométrico permitiu que os produtores retomassem os trabalhos de campo. 87,1% da área cultivada com soja no País havia sido colhida até o dia 16 de abril, abaixo dos 89,9% em igual período da temporada passada. Dentre os Estados, 94% da área do Paraná havia sido colhida, 92% do Piauí, 66% do Maranhão, 88% de Santa Catarina, 85% da Bahia e 38% do Rio Grande do Sul. Na Argentina, as condições climáticas também favoreceram o avanço na colheita. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 30,8% da área cultivada com soja no país havia sido colhida até o dia 20 de abril. Nos Estados Unidos, a semeadura da temporada 2022/2023 teve início na semana passada. Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apenas 1% da área destinada ao grão foi semeada até o dia 17 de abril. No mesmo período do ano passado, 3% da área havia sido semeada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.