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20/Abr/2022

GDM tem aprovação para soja de mais fácil digestão

A empresa de origem argentina GDM que atua em melhoramento genético de soja, obteve aprovação no Brasil para a primeira variedade da oleaginosa desenvolvida por meio de edição gênica. A semente tem menos açúcares (rafinose e estaquiose), que prejudicam a digestão em organismos monogástricos como os de humanos, aves e suínos. Em março, o projeto recebeu sinal verde da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), quando a semente foi classificada como livre de organismos geneticamente modificados (OGM), o que atesta que ela não é um transgênico. A planta tem alteração que se assemelha a uma mutação natural, por isso é classificada como livre de OGM. A edição gênica “acelera” mutações que ocorreriam na planta na natureza.

No organismo geneticamente modificado, a alteração depende, necessariamente, de engenharia genética, por meio da qual ocorre a inserção de gene de um outro organismo doador a uma determinada planta. O Brasil tem uma legislação que regulamenta técnicas de edição gênica e permite as diferenças de classificação. A pesquisa para desenvolver a variedade levou três anos. Agora, após a classificação que a CTNBio deu à semente, a companhia prepara os próximos passos do projeto: a realização dos testes finais a campo e a multiplicação da variedade. A meta da GDM é levar a nova soja ao mercado a partir de 2025. Com faturamento de R$ 1,3 bilhão no ano passado, 130% mais que em 2020, a empresa destina ao menos 20% de sua receita anual para pesquisas e desenvolvimento.

A companhia, que concorre com gigantes como a alemã Bayer e a norte-americana Corteva, acredita que a nova soja é um passo relevante em melhoramento genético vegetal. Todas as empresas que atuam na área certamente estão trabalhando com edição gênica, mas a GDM saiu na frente. A edição gênica abre uma porta importante de oportunidades para a companhia, já que é uma ferramenta que ajuda a otimizar características distintas de modo natural. Como um vegetal “editado” envolve menos processos burocráticos, como os de regulamentação, ele pode chegar mais rapidamente ao mercado do que o transgênico. A GDM não informa qual é o potencial de ganhos com as vendas da nova variedade. A soja desenvolvida por edição gênica tem redução de 75% de rafinose e de 50% de estaquiose, características que contribuem para melhor digestão e ganho de peso animal.

Com um público mais específico de compradores em mente, a companhia quer desenvolver um novo modelo de vendas. Os parceiros não serão apenas os tradicionais sementeiros. Podem entrar nessa lista, por exemplo, grandes indústrias de alimentação. Evidentemente, como a maior parte das empresas de alimentos não cultivam grãos, os sementeiros deverão integrar o modelo de vendas que está em estudos. O ponto é abrir a possibilidade de ter parceiros diferentes no negócio. O modelo em desenvolvimento de venda está sendo chamado de “em circuito fechado”, em que o parceiro direto (de cultivo de sementes) produzirá para atender um comprador já interessado. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.