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11/Abr/2022

Tendência é baixista para o preço da soja no Brasil

A tendência é baixista para os preços da soja no mercado brasileiro, com o recuo dos futuros em Chicago, após o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projetar um aumento de 4,4% na área plantada de soja na safra 2022/2023 e com a expressiva queda do dólar no Brasil desde meados de março. Entre meados de março e a primeira semana de abril, o preço médio da soja ao produtor recuou cerca de R$ 25 por saca de 60 Kg. O dólar à vista fechou a sexta-feira (08/04) em queda de 0,61%, a R$ 4,7118, após três pregões seguidos de ganhos, nos quais a cotação acumulou alta de 2,89%. Outras divisas emergentes também perderam terreno frente ao dólar, enquanto a moeda norte-americana bateu máximas em quase dois anos contra rivais do mundo desenvolvido, amparada por crescentes expectativas de que o banco central dos EUA eleve os juros de forma mais rápida em suas próximas reuniões. Com juros mais altos e ostentando o título de mercado mais seguro do mundo, os EUA, assim, atrairiam mais recursos, o que valorizaria o dólar. No Brasil, em abril, o dólar reduziu a queda para 1,07%, amenizando a baixa no ano para ainda expressivos 15,46%.

Em Chicago, os contratos futuros de soja com vencimentos em 2022 oscilam entre US$ 14,90 e US$ 16,90 por bushel. Os preços da soja estão recuando no mercado brasileiro, influenciados pela oscilação cambial, pela finalização da colheita no País e pela menor demanda pela oleaginosa brasileira. Entretanto, o movimento baixista é limitado pelas recentes chuvas na Região Sul do Brasil (que estão prejudicando a colheita), pelos reajustes de oferta e demanda e pela retração vendedora. Grande parte dos produtores mostra preferência em postergar as vendas no mercado spot. Diante do baixo interesse comprador, há maior disparidade entre as indicações de compra e de venda, reduzindo a liquidez. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,2%, cotado a R$ 182,22 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 2,5% nos últimos sete dias, a R$ 177,84 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações apresentam baixa significativa de 3,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 5,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

A produção brasileira de soja deve somar 122,3 milhões de toneladas, 11,4% abaixo da quantidade produzida na safra anterior. Do total da área semeada no Brasil, 81% haviam sido colhidos até o dia 2 de abril, acima dos 79% em igual período da temporada passada. A colheita está praticamente finalizada na Região Centro-Oeste. Nos demais Estados, as atividades atingiram 93% da área de Tocantins, 95% de São Paulo, 94% de Minas Gerais, 91% do Paraná, 60% do Maranhão, 70% de Santa Catarina, 75% da Bahia e do Piauí e 19% do Rio Grande do Sul. O consumo nacional (de janeiro a dezembro de 2022) deve somar 49,97 milhões de toneladas, 1,9% abaixo da safra anterior. As exportações de soja em grão estão previstas em 80 milhões de toneladas. O Brasil exportou 12,250 milhões de toneladas de soja em março, 3,5% abaixo do volume de março/2021. No primeiro trimestre deste ano, saíram dos portos brasileiros 20,97 milhões de toneladas de soja, recorde para o período. As cotações do farelo de soja também estão em viés baixista, pressionadas pela ausência de compradores no mercado, que não mostram necessidade de adquirir volumes grandes a curto prazo.

Os valores do farelo de soja registram recuo de 4,6% nos últimos sete dias. Vale ressaltar que, em março, o Brasil exportou 1,52 milhão de toneladas de farelo de soja. Embora 2,7% inferior ao escoado em fevereiro, esse volume ficou 28,7% acima do embarcado em março/2021 e foi também recorde para o mês. No primeiro trimestre deste ano, foram exportadas 4,550 milhões de toneladas de farelo de soja, um recorde para o período. Na contramão, os preços de óleo de soja estão avançando no mercado brasileiro, influenciados pela alta externa e pelo aumento das demandas doméstica e externa. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) tem valorização de 2,1% nos últimos sete dias, com média de R$ 8.690,11 por tonelada. Em março, o Brasil exportou 196,9 mil toneladas de óleo de soja, o maior volume desde junho de 2020, um recorde para o mês e o dobro da quantidade embarcada em fevereiro/2022. No primeiro trimestre de 2022, as exportações de óleo de soja somaram 493,6 mil toneladas, o maior volume para este período desde 2005. As condições climáticas favoreceram o avanço da colheita de soja na Argentina, que alcançou 8,8% da área. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.