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29/Mar/2022

Óleo de soja: vendas internas devem cair em 2022

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a venda doméstica de óleo de soja deve alcançar 7,9 milhões de toneladas este ano, queda de cerca de 1,5% em comparação com 2021 (8,017 milhões de toneladas), e o mesmo patamar registrado em 2019, em virtude da manutenção da mistura do biodiesel ao diesel fóssil em 10% (B10) ao longo do ano. Por causa principalmente do menor consumo doméstico, o estoque de passagem está projetado em recorde para 2023, em mais de 600 mil toneladas. A exportação e a produção continuam sem mudanças ante as estimativas anteriores em, respectivamente, 1,7 milhão e 9,7 milhões de toneladas. A Abiove reduziu a projeção da safra 2022 da oleaginosa para 125,3 milhões de toneladas, incorporando as perdas decorrentes dos problemas climáticos que afetaram algumas regiões do País.

A previsão corresponde a uma queda de 7,7% em comparação com a estimativa anterior, de janeiro (135,8 milhões de toneladas). Apesar da menor safra, o processamento estimado se mantém inalterado em 48 milhões de toneladas, em virtude das boas expectativas para a exportação do farelo e do óleo de soja, bem como para o consumo interno de farelo. Em janeiro de 2022, o setor processou 2,6 milhões de toneladas, para uma amostra que historicamente representa 83,5% do esmagamento nacional. Corrigindo esta quantidade para contemplar toda a cadeia nacional de soja, o resultado indica um crescimento de 19,7% sobre janeiro de 2021, atingindo 3,1 milhões de toneladas. No ano passado, o Brasil colheu a maior safra da sua história, 138,9 milhões de toneladas, que resultou em recordes de 86,1 milhões de toneladas exportadas e em 47,8 milhões de toneladas processadas. Este esmagamento, 2% superior a 2020, refletiu em produção e venda recordes do farelo de soja.

A quantidade produzida alcançou 36,8 milhões de toneladas, das quais 52% destinaram-se ao abastecimento do mercado nacional (19,2 milhões de toneladas) e 17,2 milhões à exportação, além da formação de estoque. No caso do óleo de soja, o destaque coube à exportação. Ela desempenhou papel fundamental para absorver parte do óleo inicialmente destinado à produção de biodiesel. A redução da mistura obrigatória do biodiesel ao diesel fóssil pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), contrária ao legalmente previsto para o ano, frustrou a demanda doméstica pelo óleo de soja, hoje a principal matéria-prima do renovável. Como resultado, enquanto o consumo interno de óleo caiu 6% sobre 2020, a exportação cresceu quase 50% no período. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.