25/Mar/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quinta-feira (24/03). O mercado passou por uma correção após ter subido em quatro das cinco sessões anteriores, acumulado ganho de 4,2% no período e alcançado o maior nível desde setembro de 2012. A alta recente vinha sendo motivada em parte pela expectativa de boa demanda pelo grão norte-americano, tendo em vista a quebra de safra na América do Sul. Os números semanais de vendas externas dos Estados Unidos divulgados nesta quinta-feira (24/03), no entanto, decepcionaram traders e forneceram um motivo para o movimento de realização.

O vencimento maio da oleaginosa recuou 18,00 cents (1,05%), e fechou a US$ 17,00 por bushel. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores do país venderam 412,2 mil toneladas de soja da safra 2021/2022 na semana encerrada em 17 de março. O volume representa queda de 67% ante a semana anterior e de 70% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para a safra 2022/2023 os cancelamentos superaram as vendas em 13 mil toneladas. As vendas líquidas forma de 399,2 mil toneladas, abaixo do piso das estimativas. Separadamente, o USDA informou que exportadores relataram venda avulsa de 318,2 mil toneladas de soja para destinos não revelados, com entrega prevista para o ano comercial 2021/2022.

O mercado também foi pressionado pelo enfraquecimento do petróleo, que faz com que refinarias tenham menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja, que cai mais de 2%, é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a colheita de soja na Argentina teve início no centro da área agrícola, com rendimentos heterogêneos e inferiores à média das últimas cinco temporadas. Mesmo assim, a estimativa de produção foi mantida em 42 milhões de toneladas. A parcela da safra em condição boa ou excelente diminuiu de 34% para 32% na semana. Da safra, 52% da safra tinha condição normal, ante 49% na semana anterior. Outros 16% apresentavam condição regular/ruim, contra 17% na semana anterior.