21/Mar/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago recuperaram perdas e fecharam perto da estabilidade na sexta-feira (18/03). O vencimento maio da oleaginosa cedeu 0,50 cent (0,03%), e fechou a US$ 16,68 por bushel. Na semana passada, acumulou perda de 0,48%. O mercado foi pressionado em parte pelo desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 3%. O derivado, por sua vez, acompanhou a forte queda do óleo de palma, que é seu concorrente em alimentação e na fabricação de biodiesel.

O óleo de palma recuou 17% a semana passada, após a Indonésia relaxar as restrições à exportação do produto. O grande volume de soja brasileira que está chegando ao mercado e o maior interesse de compradores chineses pela oleaginosa do Brasil, em detrimento do produto dos Estados Unidos, também pesaram sobre as cotações. Esses fatores, no entanto, foram contrabalançados pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras.

A alta do farelo de soja também impediu uma queda mais acentuada das cotações. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a colheita de soja na Argentina teve início no Núcleo Norte, com rendimentos variando entre 2.000 e 4.000 quilos por hectare e média abaixo da registrada nas últimas cinco temporadas. Caso essa tendência se mantenha nas principais regiões produtoras, poderá afetar a estimativa atual de produção, de 42 milhões de toneladas. A parcela da safra em condição boa ou excelente aumentou de 30% para 34% na semana.

Além disso, 49% da safra tinha condição normal, ante 50% na semana anterior. Outros 17% apresentavam condição regular/ruim, contra 20% na semana anterior. A Associação de Produtores de Soja, Oleaginosas e Cereais do Paraguai informou que a colheita da safra 2021/2022 de soja foi concluída, com a menor produção na história moderna do país. No início da temporada, a associação projetava uma safra de mais de 10 milhões de toneladas, mas agora estima que a produção talvez não supere os 3 milhões de toneladas.