24/Fev/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quarta-feira (23/02), com sinais de demanda pelo grão produzido nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores relataram venda de 132 mil toneladas de soja para a China, com entrega prevista para o ano comercial 2022/2023. A quebra de safra na América do Sul provavelmente levará importadores a redirecionar suas compras para os Estados Unidos. O enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também deu suporte aos preços.

O vencimento maio da oleaginosa subiu 36,00 cents (2,20%), e fechou a US$ 16,71 por bushel. A China anunciou que venderá parte da soja da reserva estatal por meio de leilões, com base em políticas para aumentar a oferta do mercado de soja e óleo comestível. Os preços FOB no Porto de Santos (SP) aumentaram devido ao número limitado de produtores vendendo e aos menores volumes de produção no Brasil. Os custos de frete também aumentaram, elevando os preços para repor a soja nos próximos meses. A China pode se ver forçada a liberar um grande volume de soja das reservas estatais para preencher essa lacuna na oferta.

Houve revisão para baixo na projeção de colheita de soja na safra 2021/2022 no Brasil, em função da estiagem severa e consequente queda de produtividade no Sul. A produção foi reduzida em 13,6% ante a estimativa inicial, para 125,8 milhões de toneladas. Em relação à safra 2020/2021, a colheita atual deverá ser 8,9% menor. O desempenho do farelo de soja, que subiu mais de 3%, também impulsionou as cotações do grão. A alta foi motivada pelo clima seco na Argentina, o maior exportador mundial do derivado. Problemas com a produção argentina também podem fazer com que compradores recorram ao produto dos Estados Unidos.