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16/Fev/2022

Rally da Safra corta previsão de produção de soja

O Rally da Safra 2022 revisou para 125,8 milhões de toneladas de soja, 8,4 milhões de toneladas abaixo das projeções pré-expedição, sua estimativa para a safra da oleaginosa 2021/2022. A diferença entre a projeção atual comparada ao seu potencial, estimado em setembro do ano passado, já ultrapassa 18 milhões de toneladas. O que mudou em pouco mais de um mês foi a magnitude dos problemas na Região Sul, acentuados pela continuidade do clima predominantemente seco e quente em janeiro e início de fevereiro. Nove equipes de técnicos já percorreram mais de 20 mil quilômetros nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, sendo que uma equipe extra percorreu o Rio Grande do Sul. Os técnicos coletaram 640 amostras, cujos dados confirmam a expectativa inicial: uma boa safra no Centro-Norte do Brasil e uma quebra na Região Sul do País.

A avaliação é de que o resultado poderia ser pior não fosse o excelente desempenho das lavouras no Cerrado. Em Mato Grosso e Goiás, a estimativa de produção aumentou 1,6 milhão de toneladas, pouco para compensar a quebra de 10,6 milhões de toneladas em Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Considerando a estimativa de produção numa área plantada de 40,5 milhões de hectares (+4,1%), a produtividade média desta safra é projetada em 51,7 sacas de 60 quilos por hectare (-12,7%), a mais baixa desde 2015/2016. É importante considerar que esses números podem mudar até o fim da safra. A safra da Região Sul ainda precisa de chuva até meados de março, caso contrário os resultados podem piorar. Por outro lado, a produtividade pode surpreender positivamente nas áreas mais tardias da Região Centro-Oeste e do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

As revisões negativas em relação à estimativa pré-Rally estendem-se por uma área que vai do sul de Mato Grosso do Sul até a Região Sul do País. Parte das lavouras do Rio Grande do Sul está atualmente numa situação tão crítica quanto as do oeste do Paraná estavam no início do ano. A pior situação se concentra na região das Missões (RS) e nas áreas próximas situadas no Planalto e no Sul do Rio Grande do Sul. A produtividade estimada para o Rio Grande do Sul é de 27 sacas de 60 quilos por hectare, uma quebra de mais de 53% em relação à safra passada, levando a uma produção de 9,9 milhões de toneladas, a menor das últimas dez temporadas. O Rally volta ao Rio Grande do Sul em março e, caso não haja uma regularização das chuvas, pode haver nova revisão negativa. No Paraná, a produtividade é estimada em 41 sacas de 60 quilos por hectare, quebra de 33% sobre a safra passada.

O pior cenário é do oeste do Estado, onde 65% das lavouras amostradas indicam uma produtividade inferior a 20 sacas de 60 quilos por hectare. O potencial produtivo das regiões norte, centro e sudoeste ainda foi parcialmente preservado, mas é preciso que chova nas próximas semanas para que a soja complete seu ciclo. A avaliação das lavouras de soja de ciclo precoce e tardio em Mato Grosso e em Goiás levou a uma revisão positiva na produtividade média dos dois Estados. Para Mato Grosso, a produtividade é estimada em 61,5 sacas de 60 quilos por hectare, 6,2% acima da safra passada, o que deve permitir que a produção do Estado ultrapasse as 40 milhões de toneladas. Em Goiás, a estimativa de produtividade deve chegar a 64,5 sacas de 60 Kg por hectare, 5% acima da temporada passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.