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11/Fev/2022

Riscos em aumentar as janelas de plantio da soja

Segundo a Embrapa, o risco de aumentar a janela de plantio de soja no Brasil é a perda mais rápida de eficiência de moléculas de controle de doenças como a ferrugem asiática, além do aumento da aplicação de agroquímicos. Contudo, a mudança não causaria prejuízos similares aos registrados nos primeiros anos em que a ferrugem surgiu no País. O maior risco é aparecerem novas mutações que ocasionariam a perda de moléculas. Pode acontecer de ser necessário fazer aplicações em intervalos mais curtos para conseguir um controle eficiente. Pode reduzir o intervalo de aplicações para 10 dias, ter mais aplicações, usar muitos fungicidas. A antecipação do calendário de plantio pode representar um risco tanto para doenças fúngicas como para ataques de insetos.

O papel dos Estados no calendário de plantio é o da análise de risco. A soja é uma cultura que tem grande importância para a maioria dos Estados. Perder moléculas que garantam essa sustentabilidade da produção tem impacto muito grande. Para estender janela e trazer uma doença que “quebrou” muito produtor no passado, tem que fazer uma análise de risco para ver se vale a pena. Segundo o Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR), o desenvolvimento, a testagem e o registro de fungicidas e inseticidas é longo e custoso, por isso medidas que coloquem o manejo em risco precisam ser muito bem avaliadas. O processo todo leva cerca de 12 anos e são investidos milhões. Pode chegar a 280 milhões a 290 milhões de euros para o desenvolvimento de um novo fungicida ou inseticida ou novo modo de ação. A produção de soja não é por 1, 2, 10 anos, é para ter continuidade e sustentabilidade.

Em 1º de setembro, o Ministério da Agricultura publicou a primeira portaria ampliando o calendário de semeadura da soja no Brasil, a 389, que foi criticada por várias entidades do agronegócio, órgãos estaduais de defesa vegetal e a Embrapa, com o argumento de que haveria riscos de maior disseminação do fungo causador da ferrugem, e sua resistência aos fungicidas existentes, cuja eficácia vem diminuindo ao longo dos anos. Após os protestos de parte do setor, o Ministério da Agricultura editou a portaria 394, em 10 de setembro, que manteve o prazo estendido da semeadura, até fevereiro, para a maioria dos Estados, mas concedeu aos governos locais a prerrogativa de acatá-lo ou não, mediante solicitação justificada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.