09/Fev/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (08/02). Traders embolsaram lucros após o mercado ter subido em nove das dez sessões anteriores e acumulado ganho de 12,74% no período. Esse movimento, no entanto, não deve persistir por muito tempo. A previsão de quebra de safra na América do Sul e o apetite de fundos de investimento por commodities deve trazer compradores de volta ao mercado em breve. O vencimento março da oleaginosa caiu 12,75 cents (0,81%), e fechou a US$ 15,69 por bushel. O desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 3%, também pesou sobre os contratos. O derivado, por sua vez, foi influenciado pelo enfraquecimento do petróleo, que faz com que refinarias tenham menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel.

O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. Investidores também adotaram uma postura mais cautelosa antes do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta quarta-feira (09/02). As atenções do mercado estarão voltadas principalmente para a safra da América do Sul. No ano passado, o Brasil produziu 134 milhões de toneladas e ainda estava exportando soja quando a colheita nos Estados Unidos começou. Os Estados Unidos teriam uma janela para exportar perto do fim do verão do Hemisfério Norte se a safra brasileira viesse mais próxima do piso das estimativas, e é por isso que tem ocorrido vendas elevadas dos Estados Unidos nas últimas semanas.

Os produtores brasileiros continuam segurando sua soja, com a crença de que a safra será pequena o suficiente para justificar preços mais altos. O USDA anunciou vendas avulsas de soja pelo terceiro dia seguido nesta terça-feira (08/02). Exportadores relataram vendas de 464 mil toneladas, sendo 132 mil toneladas para a China e 332 mil toneladas para destinos não revelados, com entrega prevista para o ano comercial 2022/2023. Nos três dias, as vendas somaram 1,27 milhão de toneladas. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu a previsão de embarques de soja brasileira em fevereiro para 7,5 milhões de toneladas, ante 9,923 milhões de toneladas previstas na semana passada.