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04/Fev/2022

Grãos: seca no Sul do BR eleva preços em Chicago

A soja segue em plena escalada na Bolsa de Chicago e, na terça-feira (1º/02), renovou o maior patamar de preços desde o início de junho do ano passado. Os futuros voltaram à casa de US$ 15,00 por bushel e estão mais perto do pico de nove anos observado no meio de 2021, que foi de US$ 16,42 por bushel. No dia 1º de fevereiro, o contrato para março, o mais negociado atualmente, subiu 2,55% (US$ 0,38), para US$ 15,28 por bushel. A posição seguinte, para maio, subiu 2,61% (US$ 0,39), a US$ 15,34 por bushel, maior cotação desde 8 de junho de 2021. O motivo para as altas é uma nova rodada de revisões nas perspectivas de safra no Brasil, maior produtor mundial do grão.

Se antes as previsões apontavam para uma pequena quebra em relação a 2020/2021, as atualizações agora sugerem um problema maior. Como se sabe, a seca na Região Sul não deu a trégua esperada pelos produtores, o que vem prejudicando ainda mais a produtividade esperada, especialmente no Rio Grande do Sul, onde os agricultores contavam com o retorno das chuvas em janeiro para fugir dos prejuízos vistos no Paraná, onde já se prevê quebra de 39%. As consultorias estão revisando para baixo suas projeções de produção para safra brasileira 2021/2022. Caso as perdas se confirmem, deve haver uma queda de cerca de 10 milhões de toneladas frente ao resultado oficial do ciclo 2020/2021, quando o Brasil colheu o recorde de 137,3 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ainda no Brasil, as exportações de soja somaram 2,42 milhões de toneladas no mês, com crescimento de 45 vezes sobre o registrado no início de 2021, segundo dados da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec). A variação decorre da normalização do calendário de cultivo da oleaginosa em 2021/2022, visto que o atraso observado na temporada anterior influenciou nos embarques de janeiro do ano passado. Ao todo, as exportações de soja no primeiro mês de 2022 renderam ao país US$ 1,25 bilhão, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A cifra representa um crescimento de mais de 50 vezes sobre o registrado no ano passado.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores norte-americanos negociaram 132 mil toneladas de soja com a China, com entrega programada para 2022/2023, o que ofereceu suporte extra às negociações da oleaginosa. O milho também subiu na Bolsa de Chicago no dia 1º de fevereiro. O contrato para março, o mais ativo, subiu 1,40%, a US$ 6,34 por bushel. A posição seguinte, maio, avançou 1,48%, a US$ 6,33 por bushel. O cereal segue com suporte consistente por dois fundamentos: os efeitos sobre a demanda pelo milho norte-americano em caso de conflito entre Rússia e Ucrânia (os ucranianos disputam com os Estados Unidos as vendas do cereal para a China).

Além disso, há preocupação no mercado de que os agricultores dos Estados Unidos diminuam sua área de milho na safra 2022/2023 por conta dos altos custos de produção. Ademais, como apoio adicional, o USDA informou a venda de 110 mil toneladas de milho negociadas com o México. No Brasil, há cortes nas previsões para a safra de milho verão (1ª safra 2021/2022). A seca que atinge a Região Sul do País é a principal responsável pela redução na perspectiva para a safra de verão (1ª safra 2021/2022), uma vez que Rio Grande do Sul e Paraná são grandes produtores nesta janela. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.