ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Fev/2022

Seca no Brasil sustenta preços globais dos grãos

A escassez de chuvas que prejudica as lavouras de grãos da Região Sul do Brasil e da Argentina desde o fim do ano passado foi determinante para a sustentação das cotações de soja e milho na Bolsa de Chicago em janeiro. Com a valorização, esses grãos, que têm na América do Sul uma região fornecedora fundamental, com destaque para o Brasil, voltaram a patamares que já não eram observados desde o primeiro semestre do ano passado. Cálculos baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega mostram que, no caso da soja, a alta em relação a dezembro foi de 8,73%. O valor alcançado foi o maior desde junho, quando um movimento de acomodação em níveis mais baixos ganhou força.

Em comparação com janeiro de 2021, o avanço foi de 2,86%. No mercado de milho da Bolsa de Chicago, a média de janeiro, a maior desde maio, foi 2,75% superior à de dezembro e 17,78% maior que a de janeiro do ano passado. O “fator seca” na América do Sul foi precificado nos últimos três meses e seu fôlego para garantir novos saltos para soja e milho está no fim, mas eventuais pioras no quadro climático sul-americano ainda podem influenciar as cotações. Caso nada de mais grave aconteça, o movimento de acomodação poderá voltar a dar o tom, em parte por causa da China.

Maior importador de soja do mundo e cada vez mais importante no ranking do milho, o país asiático está com estoques mais confortáveis de grãos, o que poderá limitar o incremento das compras ainda que o plantel chinês de suínos esteja sendo recomposto. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, a redução do mandato dos biocombustíveis também deve manter o consumo mais restrito. Medidas que estimulem o consumo de combustíveis no país podem alterar o quadro, mas o aumento das taxas de juros norte-americanas sinalizado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para conter a inflação também surge, nesse contexto, como fator de pressão. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.