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19/Jan/2022

Falta de dessecante pode afetar safra 2021/2022

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) afirmou que a falta de dessecante pode trazer prejuízos à safra brasileira de soja 2021/2022, como a queda de produtividade. O herbicida é utilizado na preparação da lavoura a fim de deixar a área uniforme para a colheita do grão, processo chamado de dessecação. Esse problema passou a atormentar os produtores desde que a Anvisa baniu o uso e a comercialização do Paraquat em setembro de 2020. A decisão obrigou os produtores a buscarem herbicidas similares no mercado, embora apenas o Diquat tenha a mesma função e a mesma qualidade. A grande demanda pelo agroquímico Diquat não tem sido atendida pela indústria.

A entidade disse que recebe reclamações de produtores de todo o País que compraram e ainda não receberam o produto. A Syngenta, que é a titular do registro, emitiu nota em 23 de dezembro de 2021 informando não haver produto em quantidade disponível no mercado para atender a demanda brasileira. A escassez do produto gerou uma alta de mais de 300% no seu preço em dólar. Atualmente o produto custa mais de R$ 100,00 por litro enquanto na safra passada custava em torno de R$ 30,00 por litro. Além do custo mais elevado, o risco de perder a produção e a qualidade dos grãos também é do País, com perda de divisas nas exportações.

A Aprosoja Brasil está solicitando ao Ministério da Agricultura liberação emergencial do registro de herbicidas para a importação direta de Diquat para dessecação da atual safra de soja. Seria importante lançar mão de produtos que estiverem disponíveis em países do Mercosul. Existem empresas no Brasil aguardando a liberação do registro de produtos com o mesmo princípio ativo do Diquat, assim como empresas no Paraguai e em outros países também possuem disponíveis produtos no mesmo percentual de princípio ativo. A entidade também pede ao governo liberação emergencial do Paraquat e revisão da decisão de banimento do uso do produto no País.

Caso contrário, os produtores brasileiros continuarão tendo prejuízos com a perda de qualidade da soja produzida e em desvantagem frente aos principais concorrentes, que continuam aplicando o herbicida Paraquat. Os produtores estão usando produtos não adequados para a dessecação da soja em meio à proibição do uso do Paraquat e da oferta apertada de Diquat. A falta de dessecantes também foi observada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) que informou haver relatos de atraso nas entregas de dessecantes em algumas regiões do Estado, o que está implicando diretamente na evolução da colheita da oleaginosa no Estado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.