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17/Jan/2022

MT deverá garantir oferta de soja durante janeiro

Apesar da redução das estimativas de produção de soja em diversos Estados, o Brasil ainda deve ter uma ampla oferta do grão em janeiro, garantida por Mato Grosso. O excesso de dias nublados em Mato Grosso alonga em quatro a cinco dias o prazo de colheita no Estado, mas isso não muda a ideia de que haverá muita soja em janeiro. É do médio norte e oeste de Mato Grosso que virá a maior parte da soja que vai compor essa exportação mais elevada em janeiro. No fim de novembro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) previu que na primeira quinzena de janeiro seriam colhidas no Brasil 6,5 milhões de toneladas da oleaginosa, muito acima das 700 mil toneladas colhidas em igual período de 2021.

Do total, esperava-se que 68% viriam de Mato Grosso e 9% de Mato Grosso do Sul, além de outras origens. Para a segunda quinzena de janeiro, a previsão era de 18 milhões de toneladas de soja colhidos, acima dos 6,4 milhões de toneladas retirados na segunda quinzena de 2020. Em Mato Grosso do Sul, justamente a região que colhe mais cedo (sul) é a mais afetada pela seca. Vai colher mais cedo, mas com produtividade baixa. A porção sul do Estado detém cerca de dois terços da área cultivada com a oleaginosa. Mas, na região norte, as lavouras estão em excelentes condições, com possibilidade até de superar o recorde. Parte da produção esperada para janeiro também viria do oeste do Paraná, mas a região foi uma das mais prejudicadas do País pela falta de chuvas e tempo quente.

Mato Grosso, em contrapartida, continua sendo o "fiel da balança" da produção de soja. A implantação das lavouras em Mato Grosso foi muito boa. O excesso de chuvas e a baixa luminosidade em algumas áreas precisam ser acompanhadas, pois podem reduzir o peso dos grãos, mas, por ora, os efeitos da baixa luminosidade não apareceram. Com a perspectiva de uma oferta maior de soja no Brasil em janeiro, aliada à previsão de uma menor safra na América do Sul em toda a temporada, importadores de soja, especialmente os chineses, devem vir mais cedo às compras no mercado brasileiro, para fugir da dependência da soja norte-americana. Embora a disponibilidade da soja brasileira seja menor, o fator risco recomenda aos compradores virem mais cedo por que a dependência da soja norte-americana ficou maior.

Além disso, a safra argentina ainda é uma dúvida. Se as chuvas não se regularizarem na Argentina, como se espera, o primeiro problema que será acusado é a falta de farelo. A busca por soja brasileira deve ser intensificada, já a partir de janeiro. Com uma produção menor do que a prevista, é provável que haja uma redução das exportações brasileiras de soja em 2022. Dificilmente o País alcançará os números estimados em novembro (92,2 milhões de toneladas). Não saberia dizer no momento se passará dos 85,6 milhões de toneladas de 2021, mas muito provavelmente não passará de 90 milhões de toneladas, porque teremos 10 milhões de toneladas a menos.

É difícil mensurar, no momento, o quanto da alta dos preços da soja, sustentada pela menor oferta, inibirá a demanda interna. Sobre notícias de que a China planeja aumentar sua produção de soja, a avaliação é de que o país até pode ter um incremento avançando sobre áreas de outras culturas, como milho ou algodão, mas não expressivo. Fazer a expansão da produção chinesa de soja não é um desafio simples, teria de ser em detrimento de outro produto, e, no caso da soja, seria exatamente o milho, do qual a China virou grande importadora. Não é considerada essa possibilidade de aumento expressivo de produção de soja. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.