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10/Jan/2022

PR confirma quebras na safra de soja 2021/2022

As perdas nas lavouras paranaenses de soja e milho de verão da safra 2021/2022 podem se agravar se as temperaturas não baixarem e as chuvas seguirem pontuais e isoladas no Estado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. É possível que a quebra estimada inicialmente seja maior porque a tendência é de que o Estado fique até março apenas com chuvas isoladas e escassas em algumas regiões e com ausência de chuvas em outras devido ao La Niña. Além disso, a maioria das áreas tem perdas irreversíveis, ou seja, mesmo que chova agora, as lavouras tendem a não conseguir reverter as perdas, uma vez que o estágio de desenvolvimento é avançado. Em levantamento inicial sobre as perdas para embasar políticas públicas de socorro aos agricultores, feito a pedido do governo do Estado e divulgado no dia 31 de dezembro de 2021, o Deral estimou redução de 38% na safra paranaense de soja, ou 8 milhões de toneladas, e de 42% na safra de milho de verão, ou 1,7 milhão de toneladas. Na soja, a previsão passou de colheita de 21 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas.

No milho de verão, a estimativa saiu de 4,1 milhões de toneladas para 2,4 milhões de toneladas. Todas as perdas devem-se à falta de chuva, especialmente nas fases de floração e frutificação do grão. Em receita, incluindo soja, milho, feijão, fumo, leite e silagem, as perdas superam R$ 16 bilhões, segundo o Deral. Esse corte nas projeções foi o segundo consecutivo realizado pelo Deral e um terceiro não é descartado caso as condições climáticas permaneçam desfavoráveis às lavouras. Novo relatório do Deral com atualização das estimativas para a safra de verão 2021/2022 será divulgado no dia 27 de janeiro. Para este levantamento, espera-se poder mensurar maior impacto da seca na produção agrícola paranaense. O levantamento de janeiro deve mostrar as perdas mais consolidadas e trazer um cenário mais próximo da realidade, já que as culturas estarão na reta final do ciclo, segundo o Deral. A situação mais crítica é a das regiões oeste e sudoeste do Estado - áreas que cultivam primeiro os grãos de acordo com o calendário de zoneamento agrícola de risco climático e nas quais as lavouras estão em estágio avançado de desenvolvimento, dificultando a reversão das perdas.

Já em outras áreas como Londrina e Jacarezinho, onde a semeadura é feita mais tarde, a condição de desenvolvimento das plantações ainda pode melhorar desde que as chuvas retomem a normalidade. A previsão é de escassez de chuvas volumosas no Paraná até meados de março. As condições atuais das lavouras implantadas, de 30% em situação boa, 39% em condição média e 31% em condição ruim, tendem a não evoluir. A tendência é que a soja ruim não volte à condição média, mas a oleaginosa em situação média pode recuperar e voltar para situação boa conforme o ciclo da cultura e se chuva iniciar e aumentar umidade. 31% em situação ruim já se considera produção frustrada. O ciclo está bastante avançado. É difícil que a evolução ocorra e que melhore a condição da cultura. Pode permanecer nesse Estado e manter uma qualidade mediana. As consequências da seca e os impactos da previsão de precipitações esparsas até março devem se estender também às lavouras do milho 2ª safra 2022. O cenário de temperaturas elevadas somado à falta de umidade do solo pode atrasar o plantio do cereal no Estado. O Deral ainda considera o milho com 100% em condição boa, porque ainda não há 1% semeado. Para não ocorrer uma nova frustração de safra, como foi a passada, de 60%, há necessidade de precipitação homogênea e volumosa em todo o Estado.