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15/Dez/2021

Abiove revisa estimativas para a safra 2021/2022

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou de forma expressiva sua estimativa de exportação de óleo de soja em 2022, de 900 mil toneladas esperadas em novembro para 1,65 milhão de toneladas agora. O dado foi divulgado nesta terça-feira (14/12). A alteração reflete a decisão do governo de manter o percentual de mistura de biodiesel no diesel em 10%, contrariando a previsão anterior de aumento para 13% no início do ano de 14% ao longo de 2022. O mercado ficará mais atento a oportunidades de exportação de óleo. A Índia deve ser um novo destino a ser explorado para o óleo de soja. Foi mantida a projeção de processamento de soja em 2022 em 48 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 3% em relação ao volume esmagado neste ano, de 46,5 milhões de toneladas. É um volume muito aquém do potencial.

O esmagamento não aumentará mais em virtude da decisão do governo sobre a mistura de biodiesel no diesel. A associação não descarta a possibilidade de nova redução da estimativa de processamento, em virtude dos estoques de passagem, especialmente de farelo, e da evolução de fundamentos no mercado internacional. Com a menor mistura de biodiesel, a entidade reduziu em 10% sua perspectiva de consumo interno de óleo de soja no ano que vem, de 8,8 milhões projetados em novembro para 7,95 milhões de toneladas agora. Se confirmado, o volume será 3% inferior ao previsto para esmagamento em 2021, de 8,2 milhões de toneladas. O corte resulta também da perspectiva de estabilidade do consumo de óleo para fins alimentícios.

Ainda em relação ao óleo, houve corte na estimativa de produção em 2022 de 213 mil toneladas em novembro para 123 mil toneladas no relatório de dezembro (recuo de 70% ante 2021). Para estoque final de óleo em 2022, a entidade projeta 273 mil toneladas, ante 263 mil t no mês passado. Se confirmadas, as reservas no próximo ano serão 122% superiores às de 2021. Com uma maior mistura de biodiesel, o País poderia produzir mais 1 milhão toneladas de óleo e processar mais 5 milhões toneladas de soja. Se houver mudanças na política de mistura do biodiesel, o setor poderá processar mais. A entidade vai continuar insistindo com o governo federal para elevar a mistura de biodiesel no diesel, mostrando que, a despeito do fato de que pode haver impacto da mistura no preço do diesel, existem outros impactos da elevação da mistura, referentes à redução de preço nos alimentos.

Se for possível mostrar que haverá redução de preço nos alimentos com aumento da mistura, a decisão do governo pode mudar. Em relação à soja em grão, foi elevada a estimativa de exportações em 1% ante o número de novembro, para 93,4 milhões de toneladas, alta de 9% ante 2021. Para produção, a projeção é de 144,8 milhões de toneladas, 5% a mais do que neste ano. O volume previsto para sementes em 2022 também foi alterado, de 3,588 milhões de toneladas no mês passado para 3,61 milhões de toneladas em dezembro (+4% sobre 2021). Com as mudanças, o estoque final de soja em grão em 2022 foi revisado em 5% na comparação com novembro, de 6,754 milhões de toneladas para 6,420 milhões de toneladas agora, ainda 5% superior ao estoque final em 2021, de 6,130 milhões de toneladas.

Para o farelo de soja, a produção esperada é de 36,685 milhões de toneladas em 2022 (alta de 3% ante 2021 e volume em linha com o de novembro, de 36,690 milhões de toneladas). Com relação às exportações de farelo, a estimativa é de 17,8 milhões de toneladas (+5% ante 2021 e 1% a mais do que em novembro). A previsão de aumento das vendas externas do derivado se deve, entre outras razões, à perspectiva de negócios com países do Sudeste Asiático. O Sudeste Asiático já supera Europa como maior destino do farelo de soja. Ainda quanto ao farelo, foi elevado o volume previsto para consumo interno no ano que vem em 1% ante novembro, para 18,1 milhões de toneladas (alta de 1%, também, na comparação com 2021).

Os estoques finais de farelo foram cortados em 6% em relação a novembro, para 3,002 milhões de toneladas (aumento de 35% sobre 2021). Não se sabe qual caminho os preços do biodiesel devem seguir a partir da implementação, no ano que vem, do novo modelo de comercialização do biocombustível (negociação direta entre compradores e vendedores), e não mais por meio de leilões. É algo imprevisível. No final de janeiro de 2022, talvez seja possível fazer uma nova discussão sobre o assunto, mas é preciso lembrar que os preços não estarão mais tão disponíveis como eram com o modelo de leilão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.