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10/Dez/2021

ADM quer rastreabilidade total da cadeia no Brasil

A trading norte-americana de grãos Archer Daniels Midland Company (ADM) está reforçando e expandindo suas políticas de sustentabilidade na América Latina. A meta é atingir 100% da rastreabilidade da soja originada no Brasil, na Argentina e no Paraguai até o fim de 2022. Esse é um compromisso muito importante para a empresa. Há bastante atenção sobre rastreabilidade e desmatamento, em particular no Brasil No País, a meta é antecipada: prevê atingir a totalidade de seus mais de 8,5 mil fornecedores rastreados até o fim deste ano. No Brasil, a trading já rastreia toda a sua cadeia direta de soja, ou seja, toda a oleaginosa adquirida diretamente dos produtores rurais. Agora, a companhia está investindo na ampliação da rastreabilidade dos fornecedores indiretos (cooperativas, cerealistas e revendas). A empresa afirma que pretende atingir a totalidade de fornecedores indiretos de soja rastreados ainda este ano, sem revelar o volume atual alcançado.

A estratégia é começar pela soja, com planos de expansão para a cultura do milho, embora a maioria dos fornecedores de soja também oferte o cereal. No País, a ADM origina, processa e comercializa soja e milho para o mercado interno e o externo, na média de 14 milhões de toneladas e 3 milhões de toneladas, respectivamente, por safra. Também atua na produção de ração animal, biocombustíveis, produtos químicos e ingredientes especiais para a indústria. A soja corresponde a aproximadamente 75% do volume de produtos comprados que é processado nas plantas da companhia no Brasil. A ADM rastreia as origens de alto risco há um tempo. Agora, decidiu não monitorar apenas áreas de alto risco de desmatamento ou conversão onde poderia haver agricultura e rastrear as áreas do País inteiro, de fornecimento direto e indireto. Atualmente, a trading estima que entre 60% e 70% da soja adquirida no País é comprada diretamente dos produtores. Os principais fornecedores indiretos estão na Região Sul, em virtude da presença massiva de cooperativas e em áreas cultivadas há mais tempo.

Na Região Norte, aproximadamente 95% dos grãos adquiridos vêm de fornecedores diretos. Por bioma, a ADM estima que 95% da soja na Amazônia é adquirida diretamente dos produtores, enquanto no Cerrado o índice é 88%. Argentina e Paraguai, onde a empresa possui participação importante no fornecimento de soja, também estão incluídos na meta de rastreabilidade total até o fim de 2022. Meta que pode ser cumprida talvez antes desse prazo final. Não foi divulgado o volume atual de soja rastreado nestes países. Este é um compromisso em que a ADM trabalha bastante e já melhorou significativamente a rastreabilidade. Para alcançar a meta, a companhia adota monitoramento das propriedades rurais por satélite, softwares e cruzamento de dados com informações públicas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR). É utilizado tudo o que está publicamente disponível, para que seja possível cruzar com as informações dos contratos e tomar uma decisão antes de fazer um compromisso ou uma compra.

Esses controles ajudam a companhia no cumprimento de compromissos e de protocolos como a Moratória da Soja da Amazônia, da qual é signatária. A rastreabilidade se estende também a outras questões, como sociais. Por exemplo, são cruzados dados com informações do Ministério do Trabalho para garantir que não haja fornecedores com trabalho escravo, infantil ou outras ações erradas. Cada vez mais as pessoas exigem isso e a empresa também. A tecnologia permite à companhia ter certeza sobre o que realmente está acontecendo nas fazendas, saber que evita áreas ligadas a desmatamento, de preservação permanente e protegidas e verificar a origem do fornecimento. Muitos dos clientes da ADM e seus consumidores exigem saber de onde vêm os alimentos. Portanto, a rastreabilidade ou identificação de onde está o seu abastecimento não se refere apenas à cadeia de abastecimento ser sustentável. Globalmente, a companhia possui o compromisso de ser livre de qualquer tipo de desmatamento até 2030 em todas suas cadeias produtivas mundiais.

A questão do desmatamento é levada a sério e a empresa evita grãos dessas áreas, o que significa que é preciso saber a procedência do grão. Quanto a esse objetivo, há um trabalho árduo para que seja possível antecipá-lo. No Brasil, o desmatamento legal é um problema crítico. A conversão de área ainda não é bem compreendida. Os compromissos da empresa podem ir além do Código Florestal Brasileiro. A trading não descarta formas de compensação a produtores que preservam além do que é estimulado por lei no Brasil. A ADM também trabalha na redução das emissões de gases ligados ao efeito estufa de suas atividades, do menor uso de água, na diminuição de resíduos e da sua intensidade energética. Todas essas ambições estão inclusas no seu plano de longo prazo de sustentabilidade, lançado em março do ano passado e com metas para serem cumpridas até 2035, o chamado “Strive 35”.

Trata-se da segunda geração dos quatro objetivos ambientais. No caso dos gases relacionados ao efeito estufa (GEEs), a empresa pretende reduzir em 25% as emissões absolutas até a presente data. A companhia aposta em novas tecnologias para alcançar a redução. Na América do Norte, a trading vai empregar uma tecnologia chamada de “net power”, que queima gás com oxigênio e usa dióxido de carbono supercrítico para acionar uma turbina em vez de vapor, o que elimina todas as emissões atmosféricas, incluindo poluentes tradicionais e CO2. Este é um exemplo de como a DSM espera encontrar novas tecnologias para avançar ainda mais rápido na meta. Quanto à eficiência energética, a multinacional objetiva diminuir em 15% o uso de energia até 2035. Até lá, também pretende reduzir em 10% a quantidade de água utilizada nas suas operações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.