01/Dez/2021

Segundo a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), o setor de biodiesel está de joelhos após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) manter em 10% o percentual da mistura do biodiesel no diesel ao longo de todo o ano que vem. A entidade está tentando uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, para sensibilizar sobre os problemas que essa decisão traz ao setor. A previsão era esmagar 30% a mais de produto a partir de março deste ano. Mas, só aconteceu um leilão de 12%, depois baixou para 10% e agora o governo anunciou que vai ficar em 10% no ano que vem, quando a previsão era chegar a 14% em março. A decisão compromete a segurança jurídica.

A alegação da área econômica do governo que o biodiesel vinha aumentando o preço do diesel não procede. Este ano, o setor contribuiu com 0,1% a mais do que o diesel fóssil na formação de preços. Foi ressaltado que o volume de biodiesel que agora não fará mais parte da mistura se converterá em importação de diesel fóssil. A Aprobio estima que a manutenção do B10 em 2022 causará redução de renda de US$ 2,5 bilhões no Brasil e que o País precisará gastar US$ 1,2 bilhão em importações de diesel. A decisão do CNPE vai contra o que o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou na COP-26.

O governo anunciou a antecipação de descarbonização, e o diesel fóssil é responsável pela poluição de centros urbanos. O Brasil deve exportar o excedente de soja que não será mais usado na produção do biodiesel, o que pode fazer com que falte farelo, afetando preços de proteína animal e leite. O consumidor final vai ser impactado. As exportações da oleaginosa não serão fáceis, já que Brasil e Estados Unidos devem colher safra recorde, e a produção da Argentina também deve ser volumosa. Além disso, a China não importa mais de 100 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.