01/Dez/2021
De acordo com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Universidade de São Paulo (Esalq-Log), a utilização de navios maiores do que os empregados atualmente no Brasil para o transporte marítimo de soja até a China traria não somente redução de custos como também das emissões de gases de efeito estufa nas exportações brasileiras. Enquanto o modal rodoviário representa 56% dos custos logísticos envolvidos no transporte da soja de fazendas da Região Centro-Oeste para a China e o transporte marítimo, 31,7%, o modal marítimo é responsável por 74,1% das emissões de gases de efeito estufa relacionadas à logística, contra 21,7% do modal rodoviário.
A maior parte das exportações brasileiras de soja para a China é realizada atualmente em navios Panamax, com capacidade de 60 mil a 85 mil toneladas. Estes navios, contudo, emitem mais gases de efeito estufa por volume transportado do que os Capesize, que possuem capacidade para mais de 120 mil toneladas. Do ponto de vista dos custos, o valor médio para exportar soja do Centro-Oeste para a China por um Post-Panamax (de 85 mil a 120 mil toneladas de capacidade) passa de US$ 61,00 por tonelada, enquanto por um Capesize é de cerca de US$ 55,00 por tonelada.
Se os principais portos do Brasil comportassem um Capesize, o Brasil ganharia competitividade econômica de 12,5% no custo total de exportação para a China e reduziria emissões em cerca de 31%. A oferta de Capesize no mercado global mais do que dobrou desde 2007, de 100 milhões de toneladas de capacidade naquele ano para perto de 260 milhões em 2019. A capacidade de transporte marítimo dos navios Panamax saiu de pouco menos de 100 milhões para ao redor de 180 milhões de toneladas no mesmo período. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.