29/Nov/2021
A tendência é preços sustentados com viés altista para a soja no curto prazo, no mercado interno, com dólar em patamares elevados, próximo de R$ 5,60, prêmios positivos nos portos brasileiros, demanda aquecida para a comercialização do saldo da safra 2020/2021 e cotações futuras sustentadas em patamares mais elevados na Bolsa de Chicago, tanto para os vencimentos mais próximos como para aqueles de 2022. A umidade do solo em algumas regiões produtoras de soja começa a ficar baixa, mas a ausência de chuvas permitiu que os produtores avançassem com a semeadura em muitas áreas. Na Região Sul do País, foram as precipitações fracas e isoladas que favoreceram a retomada das atividades de campo, que haviam sido interrompidas em algumas localidades. Em Mato Grosso, a semeadura está praticamente encerrada. Há possibilidades de bons volumes de chuvas em dezembro, o que pode favorecer ainda mais o desenvolvimento das lavouras.
No Rio Grande do Sul, 68% da área estimada havia sido semeada até o dia 24 de novembro, avanço semanal de 16% e acima dos 48% de igual período de 2020. No Paraná, os trabalhos estão na reta final, com 97% da área semeada. A semeadura atingiu 99% da área em Mato Grosso do Sul, 95% em Minas Gerais, 94% em Goiás, 85% no Tocantins, 83% em São Paulo, 80% na Bahia, 70,7% em Santa Catarina e 50% no Maranhão e no Piauí. Na Argentina, conforme relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o clima também favoreceu os trabalhos de campo, e 39,3% da área estimada está semeada, com progresso semanal de 10,7%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que 95% da área com soja havia sido colhida até o dia 21 de novembro, avanço semanal de 3%, mas atraso de 1% em relação ao mesmo período de 2020.
Os preços da soja estão avançando, influenciados pela redução gradual do volume da temporada 2020/2021 disponível para negociação e pela alta externa. Nos últimos sete dias, os apresentam alta de 1,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Porém, de outubro para a parcial de novembro, as médias têm recuo de 2,8% no mercado de balcão e de 3,7% no mercado de lotes. As médias atuais no mercado de balcão estão 3,2% superiores às verificadas há um ano, enquanto no mercado de lotes estão 3,2% inferiores. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,7%, cotado a R$ 170,58 por saca de 60 Kg.
Considerando-se as médias de outubro e da parcial de novembro, o Indicador recuou 3,3%. Na comparação anual, verifica-se leve avanço de 0,4%, em termos nominais. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 165,68 por saca de 60 Kg. Nesta parcial de novembro, a média do Indicador está em R$ 162,15 por saca de 60 Kg, baixa de 3,6% frente à do mês anterior, mas 1,5% acima da média de novembro/2020. Com a safra 2020/2021 já comprometida, a comercialização da temporada 2021/2022 segue avançando, mas ainda em ritmo mais lento que o observado no mesmo período do ano passado. No Paraná, apenas 8% da nova safra já foi negociada, bem abaixo do mesmo período de 2020. Em Mato Grosso, 45% estão comprometidos, contra 66% na mesma época do ano passado.
Nos Estados Unidos, os preços da soja estão em alta. Os ganhos estão atrelados ao fortalecimento do óleo de soja, que, por sua vez, foi influenciado pela valorização do petróleo. Na Bolsa de Chicago, o contrato Janeiro/2022 de soja apresenta valorização de 0,1% nos últimos sete dias, indo para US$ 12,66 por bushel. A média da parcial de novembro está 0,6% superior à de outubro e 8,3% acima da de média de novembro/2020. O contrato dezembro/2021 do óleo de soja registra avanço de 3,0% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.343,48 por tonelada. A média da parcial de novembro está 2,8% inferior à do mês anterior, mas 61,5% acima da média de novembro/2020. O contrato dezembro/2021 do farelo de soja apresenta queda de 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 394,18 por tonelada. A média de novembro está 9,3% superior à de outubro, porém, 9,7% inferior à de novembro/2020. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.