05/Nov/2021
Os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram em baixa nesta quinta-feira (04/11), apesar de dados de vendas externas dos Estados Unidos terem vindo acima da expectativa do mercado. As cotações foram pressionadas pela perspectiva de uma maior produtividade nas lavouras de soja do país e estoques mais amplos do grão. O vencimento janeiro, o mais líquido atualmente, perdeu 21,50 cents (1,73%) e fechou a US$ 12,22 por bushel. Para produção dos Estados Unidos, o mercado projeta 121,92 milhões de toneladas, acima das 121,06 milhões de toneladas previstas no mês passado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O governo norte-americano também deve elevar sua estimativa de estoque final do país, para 9,80 milhões de toneladas, volume superior às 8,71 milhões de toneladas previstos no relatório mensal de oferta e demanda de outubro. O USDA reportou que exportadores venderam 1,864 milhão de toneladas de soja da safra 2021/2022 na semana encerrada em 28 de outubro. A China foi o principal comprador da semana, responsável por 1,207 milhão de toneladas do total. Exportadores do país relataram vendas de 100 mil toneladas de soja para o Egito. O carregamento tem entrega prevista para o ano comercial 2021/2022. Apesar das vendas expressivas, paira sobre o mercado uma preocupação quanto à demanda do mercado externo não estar alinhada às projeções feitas pelo USDA para a safra da oleaginosa nos Estados Unidos.
O comércio de soja tem algumas nuvens no horizonte, incluindo a possibilidade de que o relatório mensal, do dia 9 de novembro, mostre outro aumento na estimativa de produtividade. Além disso, há um temor de que o USDA possa estar exagerando as exportações e comece a fazer essa correção no relatório da próxima semana. A valorização do dólar ante o Real contribuiu para a pressão sobre os contratos, já que estimula as exportações do Brasil, principal concorrente dos Estados Unidos no mercado da soja. Há um ritmo lento de exportações de soja norte-americana, enquanto no Brasil os embarques estão acelerados, apesar de o País ter uma soja mais cara. Isso pode levar o USDA a reduzir sua projeção para as exportações dos Estados Unidos.