28/Out/2021
Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago alcançaram recentemente os níveis mais baixos desde março deste ano, com o vencimento novembro/2021, o contrato mais líquido, chegando a US$ 11,96 por bushel no dia 13 de outubro. Apesar das perdas, as cotações da oleaginosa poderiam subir novamente para patamar médio de US$ 14 ,00 por bushel com a combinação de dois fatores: o primeiro é a continuidade de um clima seco e quente gerado pelo fenômeno La Niña na Argentina e, o segundo, a perspectiva de aumento das exportações norte-americanas para a China. O mercado da soja neste ano está equilibrado, ou seja, com uma demanda recorde de um lado e, de outro, a expectativa de uma safra sul-americana no maior patamar da história.
Os preços da oleaginosa caíram significativamente nos últimos meses com a melhora das perspectivas de rendimento nos Estados Unidos, interrupções logísticas causadas pelo furacão Ida e avanço da semeadura da soja no Brasil. Os preços da soja tendem a atingir os patamares mínimos durante a metade da colheita dos Estados Unidos e depois devem aumentar conforme a demanda para exportação e o esmagamento comecem a ganhar ritmo. O Brasil deve ter uma safra recorde de soja, mas o La Niña pode deixar o clima mais quente e seco do que o normal na Argentina. Dada a robusta demanda de exportação norte-americana, além das margens de esmagamento altamente lucrativas nos Estados Unidos, a expectativa é que os preços da soja aumentem nos próximos meses.
A demanda combinada com um problema climático na Argentina poderia elevar os preços na Bolsa de Chicago para US$ 14,00 por bushel. Porém, se a safra argentina ficar muito abaixo das expectativas, as cotações poderiam voltar ao nível médio de US$ 16,00 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), por sua vez, elevou sua projeção para a produção da safra 2020/2021 no país. Os Estados Unidos exportaram de março a agosto 855 mil toneladas para a China, ante 5,7 milhões de toneladas no ano anterior, o que também pesou contra os preços. Além disso, as perspectivas para a exportação de soja dos Estados Unidos estão se mostrando boas nas últimas semanas. O line up de navios indica que os norte-americanos devem embarcar 4,84 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde.
Neste cenário, as inspeções de soja para exportação nas próximas semanas deverão refletir este volume expressivo. Toda a soja que aguarda ser carregada nos Estados Unidos tem como destino a China. Os embarques ao país asiático neste mês devem alcançar 8,37 milhões de toneladas. Caso a estimativa seja confirmada, o volume será quase 10 vezes maior do que as exportações de setembro e chegaria perto das 8,72 milhões de toneladas do ano passado. Ao contabilizar os navios que estão carregando soja para a China nos portos ao redor do mundo, a conclusão é de que os chineses deverão importar 13 milhões de toneladas em novembro, maior valor da história. Atualmente, o recorde mensal de importação da oleaginosa é de 11,16 milhões de toneladas, que ocorreu em julho de 2020. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.