22/Out/2021
O congelamento de preços de 1.432 produtos na Argentina, que entrou em vigor no dia 20 de outubro, pode levar a uma redução da produção argentina de soja. No início deste mês, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu sua estimativa de produção da oleaginosa no país na temporada 2021/2022 de 52 milhões de toneladas para 51 milhões de toneladas. É possível que a safra argentina de soja diminua mais. Alguns produtores afirmam que podem plantar um pouco mais de milho na sequência, porque é um produto de exportação, os argentinos são grandes exportadores do cereal. Como os futuros do milho estão subindo na Bolsa de Chicago, pode ficar mais vantajoso plantar milho do que soja na Argentina.
Os produtores argentinos ainda precisam comprar quase 50% dos insumos agrícolas necessários para começar a plantar a soja a partir de novembro. O atraso nas compras, neste ano, se deu em virtude do baixo nível do Rio da Prata meses atrás, por causa da seca, o que dificultou a navegação de navios de maior porte que levam os insumos ao país. Para o milho, cujo plantio está em andamento, falta receber parcela menor dos insumos, de 15% a 20%. Eles estavam retardando a internalização das compras e com isso os preços no mundo (de insumos) começaram a subir. Em outras épocas, os argentinos chegaram a comprar insumos mais baratos, por fazerem a aquisição depois do Brasil, com menor disputa pelos produtos.
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago precisam subir para que a indústria esmagadora argentina considere pagar mais aos produtores, compensando ao menos parcialmente a alta dos custos de produção e os preços congelados de produtos. Teria de haver uma valorização maior do óleo para pagar um pouco mais ao produtor. Mas, as próprias empresas acabam segurando o preço. A Argentina exporta farelo e óleo e é grande exportador também de biodiesel. O produtor está descapitalizado porque saiu da última safra com perdas decorrentes de problemas climáticos. O congelamento dos preços de produtos no país deve vigorar até 7 de janeiro de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.