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11/Out/2021

Tendência de estabilização para os preços da soja

A tendência é de estabilidade para os preços da soja no mercado brasileiro, com as cotações futuras em patamares mais baixos em Chicago e o dólar em alta no Brasil, o que acaba atenuando a pressão baixista sobre as cotações domésticas. Em Chicago, os contratos com vencimentos entre janeiro e dezembro de 2022 oscilam entre US$ 12,50 e US$ 12,75 por bushel, já se afastando do patamar de US$ 13 por bushel. O dólar está valorizado e cotado acima dos US$ 5,50. Com isso, as cotações da soja no Porto de Paranaguá estão oscilando entre R$ 170 e R$ 175 por saca de 60 Kg nos últimos quinze dias. Recentes chuvas e previsões indicando novas precipitações têm favorecido a semeadura da soja em importantes regiões do Brasil. Na Região Sul, os trabalhos chegaram a ser interrompidos na semana passada pela alta umidade. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas ainda são irregulares, mas os produtores têm avançado com os trabalhos. Na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a umidade esteve maior na semana passada, permitindo o início da semeadura da oleaginosa. No geral, os trabalhos de campo estão mais acelerados do que há um ano.

No Paraná, até o dia 4 de outubro, 16% do total da área estimada havia sido semeado, acima dos 8% no mesmo período de 2020. 20% já foram semeados no oeste e sudoeste do Paraná. Em Mato Grosso, o plantio de soja da safra 2021/2022 avançou 14,15% e atingiu 20,31% da área estimada até o dia 8 de outubro. Em linha, 6,9% da área de soja foi semeada em Mato Grosso do Sul, 4,4% em Santa Catarina, e 1,0% em Goiás. Em São Paulo, 10% da área destinada à soja havia sido semeada até o dia 2 de outubro. Atentos aos trabalhos de campo, os produtores reduzem o ritmo das negociações envolvendo o volume remanescente da safra 2020/2021. A demanda também é menor, resultando em baixa liquidez e maior disparidade entre os valores indicados por vendedores e compradores. Atualmente, o valor CIF no Porto de Paranaguá (PR) está apenas entre R$ 1,00 e R$ 3,00 por saca de 60 Kg acima do preço pago no valor FOB interior do Paraná. Esse cenário torna a exportação menos atrativa, visto que o vendedor deve arcar com os custos de frete, e eleva, consequentemente, o interesse de agentes em negociar com indústrias domésticas em detrimento das vendas externas.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,5%, cotado a R$ 172,52 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,6% nos últimos sete dias, a R$ 169,36 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações registram recuo de 1,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A queda nos preços internos foi limitada pela valorização do dólar frente ao Real e pelo volume recorde de soja embarcado para um mês de setembro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), embora as exportações brasileiras tenham recuado 25% sobre as de agosto, totalizando 4,833 milhões de toneladas, o volume ainda foi 13% superior ao escoado há um ano e o maior para este período. Do total exportado, 71,7% tiveram como destino a China.

Os embarques de óleo de soja somaram 123,02 mil toneladas em setembro, 12,1% abaixo do exportado em agosto, porém, mais de cinco vezes o volume escoado em setembro de 2020. A Índia foi destino de 74,1% do total de óleo de soja embarcado pelo Brasil no último mês. Quanto ao farelo de soja, as exportações recuaram 15,3% na comparação mensal e 16,7% na anual, totalizando 1,308 milhão de toneladas em setembro. Do total embarcado, 13,7% tiveram como destino a Holanda, 13,1%, a Indonésia, e 10,4%, a Alemanha. A produção brasileira de soja em 2021/2022 está estimada pela nossa Consultoria em um recorde de 145,6 milhões de toneladas, 6% a mais que na safra passada. O esmagamento total para 2022 está estimado em 52,6 milhões de toneladas, acréscimo de 6,1 milhões de toneladas em relação a 2021. Este aumento se deve às expectativas de maior demanda por óleo de soja em 2022, tendo em vista o incremento na mistura de biodiesel ao óleo diesel, que deve passar para 13% (B13) em janeiro e fevereiro de 2022 e para 14% (B14) de março a dezembro de 2022.

As exportações devem atingir o recorde de 93 milhões de toneladas em 2022. Diante do avanço da colheita de soja nos Estados Unidos e da fraca demanda externa pelo grão daquele país, os preços futuros da soja e do farelo de soja caíram na Bolsa de Chicago. De acordo com o relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita de soja no país já atingiu 34% da área até o dia 3 de outubro, acima dos 26% na média dos últimos cinco anos. O contrato Outubro/2021 do farelo de soja registra desvalorização de 2,3% em sete dias, a US$ 351,41 por tonelada. Este é o menor valor desde o dia 15 de setembro de 2020. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja acumula avanço significativo de 5,3% nos últimos sete dias, sendo o maior patamar nominal desde 18 de agosto deste ano, a US$ 1.364,65 por tonelada. Essa alta é influenciada pela valorização do petróleo, que motiva refinarias a aumentar a mistura de biodiesel ao óleo diesel. O óleo de soja é umas das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. Fonte: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.