08/Out/2021
A relação de troca da soja com todos os sete insumos estudados (fertilizantes, ureia, sementes, calcário, óleo diesel, herbicidas, colheitadeiras) piorou em setembro na comparação com igual mês de 2020. A avaliação tomou como base preços para o grão e dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), segundo maior produtor da oleaginosa no Brasil. É possível identificar três grandes motivadores dessa variação negativa nas relações de troca da soja brasileira desde o ano passado: o impacto da pandemia na desestruturação da produção global de insumos; a intensa recuperação nos padrões de consumo no Brasil e em todo o mundo; e a manutenção de elevada taxa de câmbio, que também provocou forte impacto nos preços dos insumos.
Apesar disso, não deve haver redução no padrão tecnológico da safra que está começando, visto que as compras de insumos estão, inclusive, mostrando avanço sobre o último ano. Em uma temporada com aumento muito forte nos custos de produção e sinalização de preços mais acomodados, obter elevada produtividade em 2022 é crucial para a garantia de renda dos produtores. No caso dos fertilizantes, tomando como base 1 tonelada da formulação NPK 04-30-10, a relação de troca passou de 13,34 sacas de 60 Kg em setembro do ano passado para 20,57 sacas de 60 Kg no mesmo mês deste ano, ante média histórica de 20,46 sacas de 60 Kg dos últimos 10 anos. A média histórica da ureia é de 20,75 sacas de 60 Kg de soja para adquirir 1 tonelada do insumo. Houve forte aumento desde o ano passado, de 15,28 sacas de 60 Kg para 20,70 sacas de 60 Kg.
Os preços das sementes voltaram a subir consideravelmente nesta temporada em relação ao ano passado. Também houve piora na relação de troca para o produtor, passando de 2,18 sacas de 60 Kg para 2,79 sacas de 60 Kg, acima das 2,47 sacas de 60 Kg da média de dez anos. No caso do calcário dolomítico moído, em setembro deste ano o produtor gastaria 0,96 saca de 60 Kg de soja para adquirir 1 tonelada, ante 0,93 saca de 60 Kg em igual período de 2020. Entretanto, neste caso, o resultado ainda está abaixo da média de dez anos, de 1,53 saca de 60 Kg. Para adquirir 100 litros de óleo diesel, o produtor rural, que precisava de 2,35 sacas de 60 Kg em setembro de 2020, teve de vender 2,60 sacas de 60 Kg no mesmo mês deste ano. A média plurianual é de 3,95 sacas de 60 Kg de soja.
No caso dos herbicidas, para adquirir 5 litros de Roundup, a troca passou de 0,72 saca de 60 Kg em setembro do ano passado para 0,95 saca de 60 Kg neste ano. O desempenho, porém, ainda ficou abaixo da média histórica de 1,13 saca de 60 Kg. No geral, também foi verificada uma piora no poder de compra da soja sobre as máquinas agrícolas. No caso da colheitadeira John Deere 1470 de 193 CV, a relação de troca, que tem média histórica de 6.712 sacas de 60 Kg por unidade, avançou fortemente de 4.611 sacas de 60 Kg em setembro de 2020 para 6.559 sacas de 60 Kg em setembro deste ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.