06/Out/2021
A redução da mistura de biodiesel no diesel no Brasil em 2021, de 13% (B13) do total para 10% (B10), resultou em uma queda da demanda pelo biocombustível de cerca de 13% em comparação ao previsto inicialmente, com o mandato B13. A atual estimativa de demanda por biodiesel no País, com o mandato B10, é de 6,744 milhões de metros cúbicos, 13% abaixo dos 7,765 milhões de metros cúbicos projetados para um cenário com uma mistura maior do biocombustível, de 13%. Para o óleo de soja, principal matéria-prima de biodiesel, a perspectiva é de que a demanda em 2021 seja 697,9 mil toneladas menor, de 4,608 milhões de toneladas.
No primeiro bimestre de 2022, a perspectiva também é de menor consumo de óleo de soja caso a mistura de biodiesel no diesel permaneça em 10% (B10), de 639,6 mil toneladas, em torno de 30% abaixo das 831,5 mil toneladas estimadas para um cenário de mandato B13. Sobre o mercado global de óleos vegetais, do qual os óleos de soja e de palma devem representar 66% da produção em 2021/2022, 38% óleo de palma e 28% óleo de soja. O consumo do setor alimentício, responsável por mais da metade da demanda global, mais do que dobrou nos últimos 20 anos (alta de 104% no período). Já o volume de óleos destinados à produção de biocombustíveis cresceu 506% no período.
Desde a safra passada, a produção global de óleos vegetais não tem conseguido acompanhar a demanda, sobretudo do setor de biocombustíveis. Com isso, a relação estoque/uso global de óleos deverá ser a menor em 24 safras. Os óleos vegetais também lideram o ranking de inflação global dos alimentos da FAO, acima dos cereais, açúcar, leite e carnes. Há, entretanto, perspectiva de arrefecimento dos preços. A produção de palma na Malásia, que caiu ao longo de 2021 com a escassez de mão de obra decorrente de restrições impostas pela pandemia de Covid-19, deve aumentar no quarto trimestre de 2021, com o gradual relaxamento das limitações de circulação neste ano e no próximo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.