04/Out/2021

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com oferta restrita da safra 2020/2021, dólar em patamares mais elevados, cotações futuras entre US$ 12,50 e US$ 13,00 por bushel na Bolsa de Chicago e vendedores retraídos. O dólar à vista caiu 1,47% na sexta-feira (01/10), para R$ 5,3696. A queda do dólar no dia apenas amenizou a alta acumulada na última semana, que ficou em 0,47% - a quarta semana consecutiva de ganhos. Em 2021, o dólar sobe 3,43%. Em nove meses do ano, o volume de soja exportado pelo Brasil chega a 77,524 milhões de toneladas. O total é 1,6% menor do que o observado em igual intervalo de 2020 (78,841 milhões de toneladas). Sazonalmente, é de se esperar que o avanço da colheita nos Estados Unidos pressione as cotações naquele país, enquanto no Brasil os menores estoques na entressafra sustentem os valores domésticos. Neste ano, além deste fator sazonal, os Estados Unidos registram dificuldades logísticas para exportação, ocasionadas por temporais, e ausência de compradores, especialmente da China.

Assim, a demanda se desloca para o Brasil, que ainda tem estoque para atender ao comprador externo. Esse cenário, que se soma à valorização do dólar, intensifica o movimento de alta nos preços internos. Apesar de a colheita nos Estados Unidos estar em ritmo mais acelerado que a média dos últimos cinco anos (somando 16%, contra 13% na média), estava levemente abaixo da registada em 2020 (18%). Já as exportações cresceram nas duas últimas semanas, mas ainda estão 66% inferiores às do mesmo período de 2020. O volume embarcado na parcial de setembro também está 81,2% abaixo do registrado no mesmo período da temporada passada. No geral, agentes apontam crescimento dos estoques de soja nos Estados Unidos, pressionando os valores futuros. O contrato de primeiro vencimento da oleaginosa, negociado na Bolsa de Chicago, está cotado a US$ 12,56 por bushel, sendo o menor valor desde 28 de dezembro/2020, com queda de 2,2% nos últimos sete dias.

De agosto para setembro, a média recuou expressivos 6,9%. A cotação futura de farelo de soja também está no menor patamar nominal desde 16 de setembro do ano passado, a US$ 359,57 por tonelada, significativa queda de 3,1% nos últimos sete dias. Entre agosto e setembro, a baixa no valor médio é de 4,7%. Os preços futuros do óleo de soja registram avanço de 3,0% nos últimos sete dias, para US$ 1.296,08 por tonelada. O valor médio deste derivado em setembro caiu expressivos 8% em relação a agosto, sendo o menor desde março deste ano. Por sua vez, o maior interesse comprador da China no Brasil dá sustentação aos prêmios de exportação, que atingem os patamares mais elevados desde 2018, quando considerados os contratos de outubro e de novembro neste mesmo período dos anos anteriores. Com base no Porto de Paranaguá (PR), a oferta de venda é de +US$ 2,35 por bushel, acima dos +US$ 2,20 por bushel da semana anterior.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,4%, cotado a R$ 175,59 por saca de 60 Kg. No comparativo mensal, a alta foi de 1,0% em setembro. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,5% nos últimos sete dias, para R$ 171,52 por saca de 60 Kg. A média mensal teve elevação de 0,9% de agosto para setembro. Nos últimos sete dias, os valores acumulam alta de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As médias mensais de setembro subiram 0,6% no mercado de balcão e 0,5% no mercado de lotes. Os preços do farelo de soja apresentam movimentos distintos dentre as regiões.

Em São Paulo, as cotações estão em alta, devido à baixa oferta do derivado, mas, na Região Sul do Brasil, os preços estão pressionados. Nos últimos sete dias, os valores do farelo de soja registram baixa de 0,4%. De agosto para setembro, houve pequena queda de 1,0%. Os prêmios de exportação de farelo de soja também estão recuando. Quanto ao óleo de soja, o enfraquecimento na demanda reduz os prêmios e os preços domésticos. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta desvalorização de 2,2% nos últimos sete dias, indo para R$ 7.418,14 por tonelada. Entre as médias de agosto e setembro, contudo, houve alta de 0,3%. No campo, os produtores estão intensificando o plantio em diversas regiões, apostando que as previsões indicando bons volumes de chuvas se concretizem. No Paraná, a semeadura da safra de soja 2021/2022 chegou a 7% do total da área estimada até o dia 27 de setembro. Em Mato Grosso, apenas 1,2% do total da área foi semeado até o dia 24 de setembro. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.