16/Set/2021

A China comprou nos três dias úteis desta semana 70% das mais de 500 mil toneladas de soja da safra 2020/2021 vendidas por produtores brasileiros para exportação. A China comprou aproximadamente 10 navios e deve comprar mais. O volume total de vendas brasileiras para exportação nesta semana deve ficar próximo de 700 mil toneladas. A maior parte dos negócios foi fechada com embarque previsto entre o fim de setembro e outubro. Houve vendas de soja em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraná. A China está aproveitando a disponibilidade de navios que ainda chegam com insumos nos portos do Brasil para fazer as últimas compras de soja brasileira no ano, antes de se voltar ao grão norte-americano, que começa a ser colhido.

Já havia a percepção de que os importadores chineses poderiam recorrer a outras origens para suprir suas necessidades de soja, após as exportações dos Estados Unidos terem se desacelerado como resultado da passagem do furacão Ida. A infraestrutura de exportação no Rio Mississippi, responsável por cerca de 60% dos embarques de milho e soja do país, sofreu sérios danos com a passagem do furacão, no fim do mês passado. Nas próximas semanas, deve diminuir o número de navios chegando ao Brasil. Além disso, a passagem do furação Nicholas nesta semana pelos Estados Unidos acaba elevando o custo do frete no país. A soja norte-americana está mais cara porque os prêmios nos portos estão entre +US$ 1,50 e +US$ 1,70 por bushel, enquanto no Brasil estão em +US$ 2,20 por bushel. Porém, como no País há maior disponibilidade de navio e o frete está mais barato, acaba equilibrando o custo.

A valorização do dólar ante o Real e a alta dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, especialmente nesta quarta-feira (15/09), também têm contribuído para estimular produtores brasileiros a vender. Alguns estão vendendo para pagar insumos. Em Mato Grosso do Sul, aproximadamente 100 mil toneladas de soja foram vendidas entre segunda-feira (13/09) e quarta-feira (15/09), para exportação. Os volumes serão escoados pelo Porto de Paranaguá (PR) e de São Francisco do Sul (SC). Os preços em alta contribuíram. Na segunda-feira (13/09), as cotações saíram de entre R$ 158,00 e R$ 162,00 por saca de 60Kg e chegaram a entre R$ 165,00 e R$ 166,00 por saca de 60 Kg nesta quarta-feira (15/09), para retirada imediata em fazendas do Estado e pagamento no começo de outubro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.