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13/Set/2021

Tendência é de preços firmes para a soja no Brasil

Após uma queda que levou o Indicador Esalq para a casa dos R$ 164 por saca de 60 Kg no final do mês de agosto, a tendência é de preços mais firmes para a soja no mercado físico brasileiro ao longo dos próximos meses, com o Indicador atualmente cotado ao redor dos R$ 170 por saca de 60 Kg. A sustentação vem da alta do dólar, dos prêmios nos portos brasileiros e cotações futuras na Bolsa de Chicago ao redor dos US$ 13 por bushel. O relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu a estimativa de área plantada em 2021/2022 nos Estados Unidos, mas elevou a projeção de produção de 118,1 milhões de toneladas (em agosto), para 119,0 milhões de toneladas. Porém, o número ficou abaixo das estimativas de mercado e o contrato março/2022 fechou a US$ 13,01 por bushel, com alta de 1,3%.

Os vencimentos de 2022 na Bolsa de Chicago estão em uma faixa entre US$ 12,60 e US$ 13,00 por bushel, muito acima da média histórica dos últimos cinco anos para um período de colheita nos Estados Unidos. No Brasil, a liquidez no mercado da soja voltou a crescer, especialmente nos portos nacionais. Isso porque a valorização do dólar frente ao Real atraiu importadores e incentivou produtores a negociar lotes, especialmente os da safra 2020/2021. Nesse cenário, os preços da soja estão em alta. No dia 9 de setembro, o prêmio de exportação de soja no Brasil registrou o maior patamar desde 31 de outubro de 2018 (quando considerado embarque de primeiro vencimento). Essa alta compensou a queda externa e elevou os valores domésticos. Com base no Porto de Paranaguá (PR), houve comprador a +US$ 2,25 por bushel.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 3,3%, cotado a R$ 173,42 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,5% nos últimos sete dias, a R$ 169,73 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores registram alta de 1,7% no mercado de balcão (preços pago ao produtor) e 2,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). O Brasil exportou 6,481 milhões de toneladas de soja em grão em agosto, 11% acima do volume escoado há um ano. O principal destino foi a China, que recebeu 4,5 milhões de toneladas de soja no mês passado, o maior volume para um mês de agosto desde 2018.

A Coreia do Sul foi o segundo principal destino da soja brasileira no último mês, com 1,4 milhão de toneladas, a maior quantidade enviada para aquele país em mais de um ano. Na parcial de 2021 (de janeiro a agosto), o Brasil exportou 77,129 milhões de toneladas de soja, 2% abaixo das 78,841 milhões de toneladas no mesmo período de 2020. Embora o Porto de Santos (SP) continue liderando as exportações da oleaginosa, somando 11,74 milhões de toneladas, outros portos têm registrado aumentos significativos nos embarques do grão. Na parcial deste ano, o Porto de Belém (PA) escoou 9,95 milhões de toneladas de soja e se tornou o segundo principal porto de exportação de soja. O terceiro porto que mais escoou soja neste ano foi o Porto de Pecém (CE), somando 8,37 milhões de toneladas. O quarto principal porto de exportação da soja neste ano é o de Manaus (AM), que embarcou 8,24 milhões de toneladas, e o quinto, o de Santarém (PA), com 7,26 milhões de toneladas.

Em sexto e sétimo lugares estão os portos de Paranaguá (PR) e de Rio Grande (RS), que escoaram 5,26 milhões e toneladas e 4,28 milhões de toneladas de soja, respectivamente. Vale lembrar que estes dois últimos eram os principais portos de escoamento de soja nos anos anteriores. A estimativa da nossa Consultoria é de exportações de 87,5 milhões de toneladas de soja até o fim deste ano, ante 82,9 milhões de toneladas escoadas em 2020. Com a proximidade da semeadura da safra 2021/2022 da soja nas principais regiões, os produtores seguem atentos às previsões do tempo. Chuvas foram registradas nos Estados das Regiões Sul, Sudeste e em parte da Região Centro-Oeste, o que deve permitir as dessecações de ervas daninhas e o início do cultivo, onde o vazio sanitário já foi encerrado. Ressalta-se aqui que o Ministério da Agricultura (Mapa) modificou o período de vazio sanitário, visando aprimorar o Plano Nacional de Controle da Ferrugem Asiática. No Paraná, o cultivo pode começar a partir do dia 13 de setembro. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.