27/Ago/2021

Segundo o Rabobank, os preços internacionais da soja e do milho devem continuar sustentados no ano que vem, próximos aos patamares atuais, puxados por uma demanda robusta, em virtude da recuperação do plantel suíno chinês após a peste suína africana (PSA). A China está migrando para modelo de produção mais industrializado, que tem como consequência o aumento no uso de ração pela indústria suína. Isso deve garantir o maior ritmo de crescimento de importação chinesa de soja e milho, fator que sustentará os preços dos grãos em 2022.

Nos últimos meses, observou-se um ritmo de menor importação chinesa de grãos em virtude de novos surtos locais de peste suína africana. Haverá volatilidade nesse processo de reconstrução do plantel. Porém essa situação será passageira. A recuperação do plantel chinês vai sustentar as importações de soja e milho nos próximos meses e anos. Além disso, há perspectiva de aperto na oferta mundial de carne bovina, em meio à recuperação da economia global. Fato que gera redirecionamento de consumo de carne bovina para a suína diante das cotações elevadas da carne bovina, o que sustentaria a demanda e maior produção de suínos.

Outro fator que deve contribuir para manutenção das cotações internacionais de soja e milho é a safra norte-americana de grãos 2021/2022, que será colhida em breve. Em áreas como Dakota e Minnesota, a situação das lavouras é preocupante. Ainda há dúvidas quanto à disponibilidade e à produtividade de soja e milho nos Estados Unidos. Somam-se à conjuntura de firme demanda os baixos estoques globais do cereal e as incertezas relacionadas à recuperação da produção brasileira no ano que vem, diante da probabilidade de ocorrência do fenômeno climático La Niña. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.