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25/Ago/2021

Argentina: La Niña consecutivo preocupa produtor

As secas durantes os próximos meses na Argentina, devido à reedição do fenômeno climático La Niña, ameaçam a nova safra 2021/2022 de soja e milho, depois de ter sofrido com os efeitos do evento na temporada anterior. A Argentina é o principal exportador mundial de óleo e farinha de soja e o terceiro de milho. No entanto, é muito provável que os campos argentinos sofram com a escassez de chuvas devido aos efeitos que o fenômeno meteorológico produz no país pelo segundo ano consecutivo. Segundo a Consultoria de Climatologia Aplicada (CAA), este é um semestre difícil. No campo científico é praticamente tomado como fato: a volta de La Niña entre setembro e fevereiro. Setembro é o mês em que na Argentina começa a semeadura do milho, enquanto a soja entra na terra em outubro, por isso precisa de níveis de umidade adequados. Mas, a falta de chuva é agravada por um inverno particularmente seco no sul em importantes áreas agrícolas.

O padrão de chuvas não será corrigido, no máximo pode se tornar normal de forma setorizada. Por sua vez, a nova safra agrícola da Argentina teria como precedente uma edição do La Niña na safra 2020/2021, descrita pela Bolsa de Valores de Rosário (BCR) como um forte sinal de potenciais perdas. Nos últimos 35 anos, foram três campanhas consecutivas com Meninas: foram três das piores campanhas de soja e milho da Argentina. No momento, o BCR estima as safras 2021/2022 de soja e milho em 49 milhões de toneladas e 55 milhões de toneladas. Porém, de acordo com dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, na safra 2017/2018, quando ocorreu uma estiagem provocada pelo La Niña, precedida pelo mesmo evento climático do ciclo anterior, a produção de soja foi de 35,5 milhões de toneladas e 34 milhões de toneladas de milho. O La Niña, que consiste em uma aceleração dos ventos equatorais que provoca um resfriamento do Pacífico no Equador, se manifesta na Argentina com uma diminuição entre 20% e 30% dos níveis usuais de precipitação nas regiões agrícolas.

O evento duraria entre dezembro e fevereiro, os meses mais quentes na Argentina, além de período fundamental para o desenvolvimento e fixação da produtividade das duas principais safras do país. Segundo a Sociedade Rural de Pergamino, os produtores estão preocupados e lembram 2008. A safra agrícola 2008/2009 da Argentina sofreu uma das piores secas em décadas, atingindo safras de soja de 32 milhões de toneladas e milho de 16,2 milhões de toneladas. Enquanto isso, a presença de um novo La Niña desestimula as perspectivas de melhora do nível do Rio Paraná na Argentina, escoamento de quase 80% das exportações agrícolas do país, que atualmente está em torno de seu nível mais baixo dos últimos 77 anos. Se houver chuvas normais em algumas partes da Argentina não será suficiente para corrigir o fluxo dos rios, o que é gravíssimo, devido à logística. Fonte: Diario Financiero. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.