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16/Ago/2021

Tendência é de alta da soja com a demanda firme

A tendência é altista para os preços da soja em grãos no Brasil, com cotações futuras em Chicago sustentadas no patamar acima dos US$ 14 por bushel, após a redução das estimativas de produção dos EUA na safra 2021/2022 e de persistência das adversidades climáticas no “Corn Belt”. Os contratos futuros para o 2º semestre de 2021 oscilam entre US$ 13,60 e US$ 14,20/bushel, enquanto os vencimentos para o 1º semestre de 2022 oscilam entre US$ 13,50 e US$ 13,70/bushel. Para o 2º semestre de 2022, as cotações futuras oscilam entre US$ 12,50 e US$ 13,50/bushel. No Brasil, com os prêmios em alta nos portos, as exportações aceleradas e a comercialização avançada da safra 2020/2021, a tendência é de alta dos preços ao longo deste 2º semestre. A tendência é de aumento de área e de produção recorde de soja no Brasil em 2021/2022. Para 2022, a tendência é de um patamar médio de preços para a soja similar aos registrados neste 2º semestre de 2021, nos mercados externo e interno, com aumento das áreas plantadas na América do Sul, mas baixos estoques nos EUA e demanda internacional firme.

Os preços da soja seguem em alta no mercado brasileiro, influenciados pela firme demanda externa, pela maior procura por parte de indústrias domésticas e por expectativas de menor estoque de passagem na América do Sul. Além disso, os baixos níveis do Rio Paraná, que atravessa o Brasil, o Paraguai e a Argentina, têm gerado preocupações quanto às exportações fluviais na Argentina, especialmente por meio dos portos de Rosário e de San Lorenzo, e não há expectativa de reversão da situação no curto e médio prazos. Por conta disso, os importadores de derivados de soja têm se voltado para o mercado brasileiro. Ressalta-se que os embarques de soja em grão da Argentina são estimados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em apenas 3,7 milhões de toneladas na safra 2020/2021, o menor volume desde a temporada 2017/2018. Com isso, o Paraguai se torna, nesta safra, o terceiro maior exportador mundial do grão, podendo escoar 6,6 milhões de toneladas de soja.

A China deve importar 97 milhões de toneladas na safra 2020/2021, 1% acima do estimado no relatório anterior. Os estoques norte-americanos foram revisados e agora estimados em 4,34 milhões de toneladas até o final deste mês, 18,5% acima do volume previsto no mês passado. Por conta disso, os preços da soja fecharam em direções opostas no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real também influenciou os valores, à medida que deixa o produto brasileiro mais atrativo aos importadores em detrimento dos norte-americanos. No mercado nacional, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,5%, cotado a R$ 172,19 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,2% nos últimos sete dias, a R$ 169,81 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores de soja registram alta de 2,7% no mercado de balcão (preços pago ao produtor) e de 2,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

Na Bolsa de Chicago, o contrato Agosto/2021 da soja se registra desvalorização de 0,1% nos últimos sete dias, cotado a US$ 14,01 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo apresenta recuo de 0,4% nos últimos sete dias, indo para US$ 391,76 por tonelada. O contrato Agosto/2021 de óleo de soja acumula alta de 1,7% no mesmo comparativo, cotado a US$ 1.400,14 por tonelada. Diante da maior demanda externa por farelo de soja, o USDA revisou positivamente o volume de exportação do derivado no Brasil, em 7,5% em relação ao relatório passado, passando para 17,2 milhões de toneladas. A Argentina deve embarcar 28,5 milhões de toneladas, 0,8% a mais que o volume apontado no mês anterior. Os Estados Unidos devem escoar 12,8 milhões de toneladas de farelo até o final deste mês, 1,0% abaixo do previsto no relatório de julho. Diante disso, os prêmios de exportação de farelo de soja estão nos maiores patamares nominais desde 2014, quando considerado o contrato setembro no mês de agosto de anos anteriores.

Nos últimos sete dias, o farelo de soja apresenta valorização de 0,6%. O “crush margin” no Brasil registra alta de 38,4% nos últimos sete dias, indo para US$ 32,50 por tonelada. A estimativa de produção global para a safra 2021/2022 foi reduzida de 385,5 milhões de toneladas para 383,6 milhões de toneladas. O USDA manteve as projeções de produção no Brasil e na Argentina, em respectivos 144 milhões de toneladas e 52 milhões de toneladas. Porém, reduziu em 1,5% as estimativas de produção de soja nos Estados Unidos, para 118,08 milhões de toneladas, sendo, ainda, a maior produção norte-americana desde a temporada 2018/2019. O USDA indica queda de 0,9% nas exportações dos Estados Unidos em relação ao relatório passado, previstas em 55,9 milhões de toneladas. O que chama a atenção é que este volume é 9,1% menor que o estimado para a safra 2020/2021. O esmagamento norte-americano para 2021/2022 foi revisado para 60,0 milhões de toneladas, 0,9% abaixo do estimado em julho, mas 2,32% a mais sobre a temporada anterior. Essa queda se deve às estimativas de menor demanda da China, que deve importar 101 milhões de toneladas de soja, 0,98% abaixo do indicado em julho, e esmagar 98 milhões de toneladas do grão, 2% inferior ao previsto no relatório passado. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.