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09/Ago/2021

Tendência de preços sustentados da soja no Brasil

A tendência é de preços sustentados para a soja no mercado brasileiro, com viés altista ao longo deste segundo semestre, com prêmios em alta nos portos, dólar acima dos R$ 5,00 e cotações futuras firmes na Bolsa de Chicago. A demanda externa pelo farelo de soja brasileiro voltou a se aquecer, levando as exportações nacionais a atingirem em julho o maior volume desde 2004. Esse cenário resultou em aumento nos prêmios de exportação, em diminuição da oferta de grandes lotes por parte das indústrias no spot nacional e em avanço nos preços internos do farelo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em julho, o Brasil exportou 1,987 milhão de toneladas de farelo de soja, a maior quantidade desde junho de 2004, quando as vendas externas atingiram mais de 2 milhões de toneladas. Na parcial deste ano (janeiro a julho), as exportações brasileiras de farelo de soja totalizam 10,15 milhões de toneladas, 0,5% inferiores às do mesmo período de 2020.

O principal destino do farelo de soja brasileiro foi a Indonésia, somando 301,9 mil toneladas (15,2% do total exportado), seguido por Tailândia (13,5%). Outros importantes destinos foram o Vietnã (9,9%), Espanha (9,1%), Alemanha (8,3%), Coreia do Sul (7,9%), Países Baixos (7,1%) e França (5,7%). Outros 23 países corresponderam por 23,3% do total. Nos últimos sete dias, os preços do farelo de soja registram alta de 1,0%. Já os preços do óleo de soja estão recuando. Embora a demanda doméstica para a produção de biodiesel siga aquecida, as indústrias de alimentos estão cautelosas nas aquisições, aguardando preços menores. Além disso, a demanda externa também se enfraqueceu. Em julho, o Brasil exportou o menor volume de óleo de soja desde fevereiro deste ano, totalizando 98,4 mil toneladas, 35,9% abaixo do embarcado em junho e 12,8% inferior à quantidade escoada em julho/2020.

Na parcial de 2021, os embarques de óleo somam 782,4 mil toneladas, queda de 0,8% se comparados aos do mesmo período do ano passado. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso), registra recuo de 1,0% nos últimos sete dias, com média de R$ 7.298,39 por tonelada. Os valores da soja em grãos apresentam comportamentos distintos nos últimos sete dias. Os baixos estoques da safra 2020/2021, a valorização do dólar frente ao Real e a elevação dos prêmios resultaram em altas nos preços em alguns dias. Por outro lado, atentos ao bom andamento das lavouras norte-americanas, parte dos produtores está elevando a oferta de soja no spot nacional, aumentando a liquidez, especialmente para exportação, e pressionando os valores em alguns momentos. Em julho, entretanto, as exportações brasileiras de soja foram as menores desde março deste ano, somando 8,66 milhões de toneladas, 21,8% abaixo das de junho e 13,0% inferiores às de julho/2020.

A China, principal destino, reduziu suas importações do Brasil em 18% de junho para julho. No ano, o recuo nos envios à China é de 22,6%. Além disso, os envios brasileiros aos Países Baixos (Holanda) caíram 33,7% entre junho e julho e 62,6% entre julho/2020 e julho/2021. No mercado interno, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,3%, cotado a R$ 170,03 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,6% nos últimos sete dias, a R$ 167,17 por saca de 60 Kg. Os contratos futuros de soja negociado na Bolsa de Chicago estão sendo influenciados pela melhora da qualidade das lavouras norte-americanas.

De acordo com o relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 60% da safra norte-americana apresentava condição boa ou excelente até o dia 1º de agosto, melhora de 2% ante à semana anterior. Quanto às fases, 86% da safra tinha florescido e 58% estavam em formação de vagens. Com isso, na Bolsa de Chicago, o contrato Agosto/2021 de soja apresenta desvalorização de 2,2%, indo para US$ 14,02 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo se mantém praticamente estável (+0,1%), indo para US$ 393,41 por tonelada. Quanto ao óleo de soja, a decisão da União Europeia em manter as tarifas sobre o biodiesel dos Estados Unidos por mais cinco anos pressionou os valores futuros do derivado na Bolsa de Chicago. Com isso, o contrato Agosto/2021 do óleo apresenta expressiva queda de 6,7%, caindo para US$ 1.377,21 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.