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02/Ago/2021

Tendência é altista para o preço da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com o período de entressafra marcado por aumentos dos prêmios nos portos brasileiros, cotações futuras firmes na Bolsa de Chicago e demanda aquecida tanto para exportações, quanto doméstica. Estão crescendo os negócios para fixação de preços para a temporada 2022/2023, com dólar futuro na B3 em patamares atrativos. A comercialização de soja no mercado spot estão lentas, influenciadas pela desvalorização do dólar frente ao Real, o que tende a diminuir o interesse de importadores pelo produto brasileiro, visto que deixa mais atrativo o produto norte-americano no mercado internacional. Além disso, os produtores estão retraídos das negociações no spot. No entanto, esses agentes já começam a negociar contratos a termo da safra 2022/2023. Em julho, o dólar subiu 2,7%. No mesmo período do ano passado, o dólar estava 2,2% acima do valor negociado neste ano.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,2%, cotado a R$ 168,05 por saca de 60 Kg. Porém, em julho, o Indicador avançou 3,3%. Na comparação com julho de 2020, verifica-se forte avanço, de 44,1%, em termos nominais. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,0% nos últimos sete dias, a R$ 163,56 por saca de 60 Kg. Em julho, a média do Indicador foi de R$ 162,61 por saca de 60 Kg, alta de 3,5% frente ao mês de junho, com aumento de expressivos 42,1% em relação a julho/2020. Nos últimos sete dias, os valores registram recuo de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Porém, em julho, as médias avançaram 0,2% no mercado de balcão e 3,7% no mercado de lotes.

As médias atuais estão 60,6% e 58,5% superiores, respectivamente, às verificadas há um ano. Embora a negociação da safra 2021/2022 tenha tido um início precoce, o volume comercializado está abaixo do registrado há um ano. Como a China vinha adquirindo volume recorde de soja do Brasil e a taxa cambial ainda está atrativa aos produtores, muitos acreditam em alta mais significativa no último trimestre deste ano e estão segurando a efetivação de contratos a termo. Além disso, como os preços subiram mesmo em período de colheita nas duas últimas safras, não há interesse em antecipar negociações da temporada 2021/2022. Em São Paulo, a comercialização da temporada 2021/2022 está em 20%, abaixo dos 35% registrados em igual período do ano passado. Em Mato Grosso, os negócios estão em 34,5%, 12,4% abaixo do volume negociado há um ano.

O que chama a atenção é que, embora os produtores estejam cautelosos em negociar o excedente da safra 2020/2021 e o produto da temporada 2021/2022, especialmente em Mato Grosso, esses agentes já começaram a ofertar lotes da safra 2022/2023. As negociações da safra 2022/2023 têm sido influenciadas pela taxa cambial atrativa para 2023. Enquanto o dólar futuro para agosto/2021 negociado na B3 no final de julho esteve em R$ 5,07, e para abril/2022, em R$ 5,27; para abril/2023, o dólar está sendo negociado a R$ 5,66. Além da taxa cambial, há incertezas quanto à demanda da China, que deve ser menor na próxima temporada, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As cotações do farelo de soja também estão recuando, pressionadas pela desvalorização da matéria-prima e pela diminuição na demanda doméstica. Grande parte dos consumidores relata ter estoques para mais 15 dias.

Porém, já estão atentos às aquisições para consumo a partir da segunda quinzena de agosto. Com isso, nos últimos sete dias, os preços do farelo registram baixa de 0,8%. A média de julho esteve 0,3% inferior à de junho, mas 29,4% acima da de julho/2020, em termos nominais. Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), por outro lado, os preços estão em alta, influenciados pela expectativa de maior demanda pelo derivado para produção de biodiesel e pela alta externa. Nos últimos sete dias, os preços apresentam avanço de 0,8%, com média de R$ 7.370,24 por tonelada. A média de julho esteve 0,6% superior à de junho e 44,4% acima da de julho/2020. Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago estão avançando, influenciados pela piora nas condições das lavouras da safra nos Estados Unidos, pela demanda aquecida pelo grão norte-americano e pelo desempenho do óleo de soja.

De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 26 de julho, 58% da safra apresentou condição boa ou excelente, queda de 2% frente à semana anterior. Na época correspondente do ano passado, essa parcela era de 72%. Quanto aos estágios, 76% floresceram e 42% estão em formação de vagens, ante 71% e 38%, respectivamente, na média dos últimos cinco anos. Com isso, na Bolsa de Chicago, o contrato Agosto/2021 da soja registra alta de 1,3% nos últimos sete dias, indo para US$ 14,34 por bushel. A média de julho esteve 2,5% inferior à de junho, porém, 64,4% superior à de julho/2020. O contrato de mesmo vencimento do óleo acumula aumento de 3,0% no mesmo período, para US$ 1.475,54 por tonelada. A média de julho esteve 0,9% acima da média de junho e 136,1% maior que a de julho de 2020. O contrato do farelo de soja apresenta baixa de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 392,97 por tonelada. A média de julho esteve 3,5% inferior à de junho, porém, 25,9% superior à de julho/2020. Fonte: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.