02/Ago/2021

A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) reagiu à nota divulgada pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), na sexta-feira (20/07), que criticava a mistura de 15% do biodiesel ao diesel por trazer problemas aos motores dos veículos. A associação disse ser uma afirmação mentirosa e sem nenhum embasamento. É falso afirmar que os testes realizados não confirmaram a viabilidade da utilização de teores até B15. A nota do IBP foi motivada pelo aumento da mistura de 10% para 12% do biodiesel no diesel a partir do dia 1º de agosto.

A entidade aproveitou para criticar a elevação da mistura para 15%, em 2023, como prevê a regulamentação do setor. De acordo com a Aprobio, não há documentos que comprovam relação exclusiva do biodiesel com congelamento do produto; formação de borras em motores; paradas repentinas de caminhões; entupimentos de filtros; deterioração precoce de peças metálicas de motores dos setores agrícola e de transporte, como acusa o representante das petroleiras.

Em anexo, a Aprobio enviou as portarias do Ministério de Minas e Energia sobre os testes e ensaios para validação da utilização do biodiesel B15: Portaria MME nº 262/2016 e Portaria MME nº 80/2017 e Portaria MME nº 262/2016 e Portaria MME nº 80/2017. Após esses estudos, o setor investiu para aprimorar as especificações do biodiesel e atender à solicitação dos representantes do setor automotivo, o que garantiu o caminho à ampliação prevista da mistura até B15.

O IBP disse representar mais de 200 mil empresas que sofrem com os problemas trazidos pela má qualidade dos biocombustíveis, e que a maioria dos relatórios apresentados pelas montadoras evidenciou preocupações quanto ao aumento do teor de biodiesel no diesel. O IBP informou que a reclamação das montadoras consta nas portarias do MME. A Aprobio afirmou ainda, que o impacto do custo para o setor de logística e de transporte vem exatamente do aumento do custo internacional do diesel fóssil, e não da produção do biodiesel.

A ampliação da mistura, além de fazer bem para a saúde e para o meio ambiente, ajuda o País a reduzir a dependência da importação do produto, gerando emprego e desenvolvimento na indústria nacional. Entre 2008 e 2020, o biodiesel proporcionou a redução na importação de 47 bilhões de litros de diesel fóssil, um custo de US$ 30 bilhões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.