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16/Jul/2021

Soja brasileira estará mais competitiva até outubro

Refletindo uma combinação de preocupações com o clima nos Estados Unidos e no Canadá, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o pregão do dia 13 de julho com altas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos. Apesar do recuo do dólar, os preços subiram no interior do Brasil acompanhando as altas na Bolsa de Chicago. Regiões importantes do Corn Belt, como as Dakotas e Minnesota, além de outras áreas do extremo noroeste dos Estados Unidos, sofrem com temperaturas elevadas e falta de chuvas. Estes são pontos do cinturão onde mais se ampliou a área de cultivo de grãos no país. Tais condições agora comprometem bastante o trigo de primavera, que já teve sua produtividade revisada para baixo no último boletim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso afeta mais o milho, mas não deixa de ser preocupante também para soja. Assim, o mercado na Bolsa de Chicago pode seguir neste rally de alta enquanto as condições e previsões seguirem desfavoráveis.

Também chama a atenção a relação dos preços das commodities com o movimento do dólar. Apesar de pontuais baixas, a valorização da moeda norte-americana poderia continuar diante do atual quadro inflacionário nos Estados Unidos e, com esse avanço se confirmando, poderia haver certa pressão sobre os preços das commodities. É preciso manter atenção a essa virada, que pode acontecer este ano ainda. No front da demanda, a China ainda está tímida no mercado, não tem se feito muito presente, uma vez que as margens estão bastante ruins, se mostram ainda negativas. E as poucas compras que têm sido feitas pela nação asiática se concentram no Brasil, uma vez que a oleaginosa do País se mostra mais competitiva até outubro. Tradicionalmente, a soja do Brasil se mostra mais atrativa aos importadores até agosto, quando aos poucos a oferta norte-americana começa a ser aguardada e se torna mais barata ao chegar ao mercado.

Neste ano, porém, há essa diferença, o que também pode limitar a subida das cotações na Bolsa de Chicago, quando a demanda passar a ser a orientação dos preços. Por enquanto, o que pesa mais é o clima. Do mesmo modo, essa demanda alongada da China no Brasil pode acirrar a disputa com a demanda interna, que recebeu a notícia nesta semana de que a mistura obrigatória do biodiesel em 12% para o 81º leilão e que pode se estender pelos próximos meses. A volta do B12 poderia ajudar em uma continuidade das altas do preço da soja no mercado nacional, uma vez que não há grandes volumes ainda a serem comercializados da safra 2020/2021. Este cenário tende a promover uma valorização dos prêmios no Brasil. E são os prêmios que vão mostrar se há volume de soja suficiente para atender estas duas demandas. O diferencial do preço vai vir da disputa pelo grão. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.