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12/Jul/2021

Tendência de alta da soja com os estoques baixos

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com a alta do dólar, cotações futuras firmes na Bolsa de Chicago com a tensão climática nos Estados Unidos, alta dos prêmios nos portos brasileiros e os baixos estoques do grão no Brasil. O dólar fechou em queda na sexta-feira (09/07), em dia de baixa liquidez no mercado por causa do feriado no estado de São Paulo. A moeda norte-americana recuou 0,37%, vendida a R$ 5,2341. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 3,57%. No ano, tem avanço de 0,90%. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta na sexta-feira (09/07). Os ganhos foram sustentados pelo desempenho do óleo de soja, que subiu 3%. O vencimento novembro da oleaginosa subiu 9,75 cents (0,74%) e fechou a US$ 13,29 por bushel. O mercado também sente a pressão climática. Eram esperadas algumas boas chuvas para pontos do Corn Belt, as quais se confirmaram e pesaram sobre os preços.

Boa parte da soja norte-americana está na fase de floração, o que exige condições adequadas de clima para garantir a produtividade. Mais precipitações precisam se confirmar em regiões que seguem com a seca no Oeste dos Estados Unidos. As cotações da soja e dos derivados estão em alta no Brasil, mesmo diante das quedas nos valores externos da oleaginosa, sustentadas pelos menores estoques domésticos e pela valorização do dólar. Com isso, os vendedores estão mais ativos no mercado interno, elevando a liquidez. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,5%, cotado a R$ 165,02 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 160,24 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as altas são de 2,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos portos, o ritmo de negócios também é maior, tendo em vista a recuperação dos prêmios e do câmbio. Com base no Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação indica preços a R$ 179,15 por saca de 60 Kg para agosto/2021 e a R$ 182,04 por saca de 60 Kg para setembro/2021, ou seja, ainda acima dos patamares atuais. Para a próxima safra (2021/2022), os valores também estão elevados, com paridade a R$ 168,00 por saca de 60 Kg, para embarque em fevereiro/2022; a R$ 165,36 por saca de 60 Kg para março/2022; a R$ 154,71 por saca de 60 Kg para abril/2022 e a R$ 155,62 por saca de 60 Kg para maio de 2021 (com base no dólar futuro negociado na B3).

Ressalta-se que, geralmente, o segundo semestre, de entressafra no Brasil e de menores estoques, é marcado por valores firmes no mercado nacional e/ou por descolamento com os do front externo. Em Mato Grosso, 88,3% da safra 2020/2021 já foi comercializada. No Paraná, 76,5% da produção de 2020/2021 foi negociada. Em Mato Grosso do Sul, 82,1% desta safra já está comprometida. A produção atingiu um novo recorde, de 136 milhões de toneladas, 9% acima da temporada passada. A demanda interna total é estimada em 49,95 milhões de toneladas. A diminuição da demanda está atrelada à redução de estimativa de consumo de óleo de soja, que, por sua vez, foi influenciada pela queda no percentual de biodiesel de B13 para B10 em maio deste ano. Entretanto, parte da perda de consumo de óleo de soja que seria usado para a produção de biodiesel deve ser repassado para exportação, já que a demanda internacional está aquecida e há problemas na safra de grãos da Argentina, grande exportadora de óleo de soja.

Os preços externos caíram na maior parte da semana passada, influenciados por expectativas de chuvas em áreas de cultivo dos Estados Unidos, que vêm sendo prejudicadas pelo clima seco. A queda nas cotações foi limitada por rumores de que a China estaria buscando soja dos Estados Unidos. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 59% da safra norte-americana apresentava condição boa ou excelente até o dia 4 de julho, quase sem variação em relação à semana anterior (60%). Do total semeado, 29% da safra floresceu, contra 14% na semana anterior e 24% na média de cinco anos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2021 do farelo apresenta queda expressiva de 6,9%, indo para US$ 391,65 por tonelada. O contrato Julho/2021 de óleo acumula baixa de 1,2% nos últimos sete dias, indo US$ 1.416,46 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.