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05/Jul/2021

Tendência de alta do preço após relatório do USDA

A tendência é de retomada do viés altista para os preços da soja, tanto para vendas no mercado físico, como para negociações futuras, em decorrência da nova onda de alta dos futuros em Chicago. Os preços da soja voltaram a subir com certa força no Brasil e no mercado externo, impulsionados por dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando área plantada nos Estados Unidos e estoques abaixo do esperado pelo mercado. Com isso, a safra 2021/2022 dos Estados Unidos não deverá ultrapassar 120 milhões de toneladas e ainda haverá ameaças climáticas até o período de colheita, em setembro. A valorização do dólar frente ao Real também influencia o movimento de recuperação no Brasil. O dólar subiu pelo quarto pregão seguido na sexta-feira (02/07), com alta de 0,15%, para R$ 5,0523, maior nível desde 18 de junho. Nas quatro altas consecutivas, a cotação acumulou ganho de 2,5%.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta forte alta de 9,7%, cotado a R$ 164,28 por saca de 60 Kg, recuperando, portanto, parte das perdas observadas em junho. No dia 24 de junho, o Indicador fechou a R$ 149,28 por saca de 60 Kg, patamar nominal que havia sido observado em dezembro/2020. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra expressivo avanço de 8,3% (R$ 12,50 por saca de 60 Kg), nos últimos sete dias, para R$ 158,69 por saca de 60 Kg. Essas recentes altas acabaram estimulando produtores a negociar. Nos últimos sete dias, os valores da soja registram alta de 4,0% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 5,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

De acordo com o relatório do USDA divulgado no dia 30 de junho, a área plantada de soja para 2021 foi estimada em 35,45 milhões de hectares, avanço de 5,4% em relação ao ano passado. Apesar desse acréscimo, agentes de mercado aguardavam área acima de 36 milhões de hectares. Quanto aos estoques de soja, a estimativas indicaram que, em 1º de junho de 2021, eram 20,88 milhões de toneladas, contra 37,62 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, queda de 44%. Segundo o USDA, 60% da safra apresenta condição boa ou excelente até o dia 27 de junho, sem mudança em relação ao relatório anterior, mas atrás do verificado no mesmo período do ano passado (71%). Do total semeado, 14% da safra floresceu, contra 11% na média de cinco anos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2021 da soja registra valorização de 5,5% nos últimos sete dias, cotado a US$ 14,51 por bushel.

O contrato de mesmo vencimento do farelo apresenta expressiva alta de 10,4% no mesmo período, indo para US$ 418,80 por tonelada. O contrato Julho/2021 de óleo de soja acumula avanço de 3,7% nos últimos sete dias, cotado a US$ 1.433,87 por tonelada. Os prêmios de exportação recuaram após a divulgação do relatório do UDSA, especialmente os para embarque em fevereiro e março de 2022. Com base no Porto de Paranaguá (PR), enquanto o prêmio de exportação de soja está sendo ofertado a +US$ 0,77 por bushel para embarque em agosto/2021, as ofertas com embarque em fevereiro e março/2022 estão a +US$ 0,08 por bushel. A paridade de exportação de soja está em R$ 171,53 por saca de 60 Kg para embarque em agosto/2021, em R$ 160,80 por saca de 60 Kg para fevereiro/2022, e em R$ 158,10 por saca de 60 Kg para março/2022.

Para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3. As exportações da soja brasileira recuaram 12,7% de maio para junho, somando 11,1 milhões de toneladas. Esse volume também esteve abaixo do escoado em junho do ano passado, de 12,7 milhões de toneladas. Porém, a receita foi de US$ 5,3 bilhões, 23,5% a mais que os US$ 4,3 bilhões contabilizados em junho de 2020. Vale ressaltar que, com os atrasos na colheita de soja da safra 2020/2021, devido ao clima desfavorável no período de plantio, as movimentações nos portos foram retardadas e começaram a ganhar ritmo em março, permanecendo firmes em abril e maio e se desacelerando em junho. Nos primeiros seis meses do ano, o volume exportado de soja totalizou 61,343 milhões de toneladas, 4,3% acima do mesmo período de 2020. Quanto às importações, totalizaram 151 mil toneladas em junho, contra 89 mil toneladas em igual período do ano passado. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.