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28/Jun/2021

Tendência baixista sobre preços da soja no Brasil

A tendência é baixista sobre os preços da soja no mercado brasileiro, com as cotações futuras recuando com força na Bolsa de Chicago e o dólar mantendo-se abaixo dos R$ 5 no Brasil. Na Bolsa de Chicago, o contrato julho/2021 caiu para US$ 13,29 por bushel. O contrato novembro/2021 caiu para US$ 12,69 por bushel e o contrato março/2022 recuou para 12,62 por bushel. Na sexta-feira (25/06), o dólar fechou em alta, mas se manteve abaixo de R$ 5 e acumulou queda de mais de 2% nos últimos cinco pregões. O dólar subiu 0,64% e fechou a R$ 4,93. Na semana passada, a cotação caiu 2,64%. Em junho, o dólar recuou 5,5%, e a moeda perde 4,9% em 2021. Desde meados de maio, o preço da soja recuou mais de R$ 30 por saca de 60 Kg no mercado físico brasileiro e também nas cotações para fixação da safra 2021/2022. Os preços da soja recuaram no mercado doméstico nos últimos dias, registrando os menores patamares nominais do ano. A pressão vem especialmente da desvalorização do dólar e da não compensação via prêmios de exportação. As recentes oscilações nos valores externos também influenciaram os ajustes negativos dos preços domésticos.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 4,8%, cotado a R$ 148,74 por saca de 60 Kg, o menor patamar nominal desde 11 de dezembro de 2020. Considerando-se as médias de maio e da parcial de junho, o Indicador recuou 2%. Na comparação com junho de 2020, verifica-se forte avanço, de 57,5%, em termos nominais. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,4% nos últimos sete dias, a R$ 144,53 por saca de 60 Kg, o menor valor desde 30 de dezembro de 2020. Nesta parcial de junho, a média do Indicador está em R$ 159,35 por saca de 60 Kg, baixa de 7% frente à do mês anterior, mas aumento de expressivos 54,1% em relação à de junho/2020. Outro fator que pressiona os valores domésticos do grão é a queda nos preços dos derivados, que acaba elevando a pressão exercida por processadoras nas aquisições de novos lotes da matéria-prima.

Nos últimos sete dias, os preços do farelo registram baixa de 2% e, em algumas regiões, os valores atuais são os mais baixos desde setembro/2020. A média de junho está 5,9% inferior à de maio, mas 34,6% acima da média de junho/2020, em termos nominais. Para o óleo de soja (posto São Paulo com 12% de ICMS), as cotações apresentam recuo de 3,7% nos últimos sete dias. A média deste mês está 7,1% abaixo da de maio/2021, porém, 86,8% acima da média de junho/2020. Os prêmios, especialmente os de julho, voltaram a ficar positivos, depois de terem operado em patamares negativos entre maio e o início de junho. Os prêmios para a soja a ser embarcada a partir de agosto, contudo, não reagiram na mesma intensidade. Com base no Porto de Paranaguá (PR), enquanto o prêmio de exportação de soja está sendo ofertado a +US$ 0,60 por bushel para embarque em julho/2021, as ofertas com embarque em agosto/2021 estão em +US$ 0,95 por bushel, e para setembro/2021, a +US$ 1,45 por bushel. A paridade de exportação de soja está em R$ 166,56 por saca de 60 Kg para embarque em julho; a R$ 167,72 por saca de 60 Kg para embarque em agosto; e a R$ 170,44 por saca de 60 Kg, para setembro (para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3).

De acordo com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 21 de junho, a semeadura de soja no país norte-americano alcançou 97% da área, avanço de 3% na semana e acima de igual período do ano passado (96%) e da média de cinco anos (94%). Porém, apenas 60% da safra apresentou condição boa ou excelente, piora de 2% ante a semana anterior. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2021 do farelo de soja apresenta recuo de 4,3% nos últimos sete dias, a US$ 381,18 por tonelada. A média de junho está 9% abaixo da de maio, porém, 31,8% acima da de junho/2020. Para o óleo de soja, a valorização do contrato Julho/2021 é de 10,8% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.382,28 por tonelada. A média de junho está 1,8% inferior à de maio, mas expressivos 135,8% superior à de junho/2020. Na Argentina, a colheita da soja foi concluída no país, com produtividade média de 2,67 toneladas por hectare. A produção somou 43,5 milhões de toneladas, contra 49 milhões de toneladas na temporada passada (2019/2020), ou seja, queda de 11%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.